Setor salineiro pode ser um dos mais afetados; RN concentra 95% da produção nacional e emprega 4,5 mil pessoas
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Roberto Serquiz, defendeu nesta quinta-feira 10 a busca de uma solução diplomática para reverter as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a importação de produtos brasileiros. Ele alertou que a medida ameaça postos de trabalho no Estado e pode gerar inflação.
“Nós começamos a entender que essa preocupação é assistida por dois campos: aumento de inflação e empregabilidade. Então, isso diretamente é alcançado”, afirmou Serquiz, durante coletiva à imprensa.
Segundo ele, os setores de petróleo, fruticultura, pesca e sal estão entre os mais ameaçados pelas tarifas, afetando a arrecadação estadual e a economia local. O dirigente destacou que os Estados Unidos são o principal mercado para alguns produtos potiguares, como o sal, que tem 95% da produção nacional concentrada no RN e gera em torno de 4,5 mil empregos formais com carteira assinada no estado, e o pescado, cuja exportação é feita exclusivamente para o mercado americano.
Diante do risco de demissões, Serquiz defendeu articulação imediata com o governo federal e as entidades empresariais nacionais. “Eu acho que, com um diálogo inteligente, uma atuação diplomática racional, a gente consiga realmente reverter essa situação e é essa a grande esperança que nós temos”, disse.
O presidente da Fiern também ressaltou que a federação seguirá monitorando o impacto do anúncio em articulação com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Nós estamos levantando dados, conversando com as lideranças, conversando com a indústria, em permanente diálogo com a confederação nacional”, reforçou.
41,8 milhões (R$ 230 milhões) em 2024 para US$ 26,9 milhões (R$ 148 milhões) em 2025. Considerando exportações e importações, a balança comercial do Rio Grande do Norte com os Estados Unidos passou de negativa para positiva em um ano. Em 2024, estava negativa em US$ 11,2 milhões. Agora em 2025, ficou positiva em US$ 40,1 milhões.