Neste domingo, 28, a professora doutora Cicília Maia será empossada para a segunda gestão na Reitoria da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Ao lado do vice-reitor Chico Dantas, ela engrandece a gestão universitária em momento histórico
Neste domingo, 28, a professora doutora Cicília Maia será empossada para a segunda gestão na Reitoria da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Ao lado do vice-reitor, professor doutor Chico Dantas, ela engrandece a gestão universitária em momento histórico que vive a Uern, com a consolidação do processo de autonomia plena.
Cicília tem tudo a ver com esse momento, devidamente respalda pela comunidade acadêmica, que lhe deu uma vitória emblemática: ela foi reeleita como candidata única, apoiada por professores, estudantes e técnicos.
O pleito eleitoral de 2025 representou um marco histórico para a Instituição. Foi a primeira eleição para reitor e vice-reitor sem a necessidade da formação de uma lista tríplice, extinta em 2021 pela governadora Fátima Bezerra, reforçando a autonomia da universidade em eleger seus gestores diretamente. Esse contexto aumenta a responsabilidade para a segunda gestão que se inicia neste domingo.
Graduada em Ciências da Computação nos bancos da Uern, com doutorado na UFRN, pós-doutorado no Massachusetts Institute of Tecnology (EUA), e servidora efetiva da Uern desde 2006, Cicília Raquel Maia Leite está preparada e mais experiente para conduzir os destinos da Universidade pelos próximos quatro anos.
“Vejo a Uern cada vez mais presente na sociedade, cumprindo sua missão primeira na formação e também nas entregas por meio das ações de extensão, pesquisa, inovação e cultura, propiciando qualidade de vida à população”, afirma a reitora nesta entrevista no Cafezinho com César Santos.
A senhora chega ao segundo mandato com o discurso de uma Uern mais forte, mais democrática, mais inclusiva e mais conectada com a sociedade. Como a senhora pretende transferir o discurso para a prática?
Bem, César, estamos convictos de que a energia deste lema está presente em todo o trabalho desenvolvido nos últimos quatro anos. Neste período, construímos, junto com toda a comunidade uerniana, e o apoio incondicional da governadora Fátima, uma Uern mais forte e democrática, conquistando sua autonomia financeira; planos de cargos, carreiras e remunerações para todos os servidores, cumprindo os reajustes salariais acordados com as categorias; pondo fim à lista tríplice para reitoria e vice-reitoria; fortalecendo nossos conselhos superiores, com participação da sociedade civil; além de ampliar e fortalecer nossa política de assistência e permanência estudantil, garantindo melhores condições para que nossos alunos consigam se manter na universidade até a conclusão do seu curso. É notório também que a presença da Uern no cotidiano das pessoas está mais forte, seja pela capilaridade de suas ações de ensino, pesquisa, extensão e inovação, ou seja pela nossa presença no debate público sobre um Rio Grande do Norte e um Brasil melhor. Assim, iniciamos esta nova fase de gestão com esta energia renovada para mantermos o nível do trabalho que nos trouxe até aqui, ousando para a conquista de novos resultados.

A sua primeira gestão conquistou marcos históricos como a autonomia financeira da Uern, o fim da lista tríplice, o plano de cargos e carreira, lançou concurso público, entre outras conquistas. Isso eleva a expectativa para o segundo mandato. Como a senhora encara esse novo desafio?
Com tranquilidade e o mesmo compromisso que nos trouxe até aqui. Eu e o professor Chico Dantas, vice-reitor, continuaremos firmes na condução de uma universidade que possa chegar a mais pessoas. Entendemos que, nesta nova gestão, podemos ter a oportunidade de avançar ainda mais em áreas importantes, como a recomposição do nosso quadro de servidores. Retomamos o nosso concurso público, com a expectativa de tê-lo finalizado ainda neste ano, com as primeiras convocações, mas temos o desafio de aprovar a lei da atualização do quadro de vagas, o que nos vai dar outro cenário de poder convocar mais servidores. Esta é uma prioridade. Estamos em constante diálogo com o Governo do Estado e Assembleia Legislativa e temos certeza que, juntos, construiremos mais este capítulo importante na história da Uern.
A senhora costuma dizer que o sucesso de sua primeira gestão tem a ver com o ato de ouvir todos os segmentos e levar em consideração todas as propostas. Isso justifica o fato de a senhora ter sido reeleita como candidata de consenso?
Não tenho dúvidas que a participação da comunidade em todo o processo de construção desde a primeira carta-programa foi fundamental para isso, uma vez que elas se enxergam nos compromissos e vão juntos conosco em busca de realizar cada ação proposta. Além disso, compartilhamos a gestão de forma direta por meio de tomadas de decisões e orçamento participativo com as unidades acadêmicas. Compreendendo que cada unidade acadêmica tem suas potencialidades, particularidades e necessidades. Ao olhar para essa dimensão, toda a Uern é convidada não só ao planejamento como também à ação, e isso faz toda diferença. Somos multicampi e cada olhar para cada espaço importa. Finalizamos um ciclo com esse fortalecimento de toda nossa Uern e começamos um novo momento com este mesmo compromisso.
A sua reeleição ocorreu em momento histórico para a Uern. Foi a primeira eleição à Reitoria sem a necessidade da formação de uma lista tríplice, extinta em 2021 pela governadora Fátima Bezerra. Isso significa que a autonomia da universidade está definitivamente implantada?
Podemos garantir que fechamos um arcabouço legislativo importante no que diz respeito à autonomia plena (autonomia didática-acadêmica-administrativa-financeira-patrimonial-democrática). Importante esse ato para o fortalecimento da democracia interna da nossa Uern. O que a comunidade por meio de seus estudantes, docentes e técnicos decidir, fica decidido. Esse é um marco valioso quanto ao respeito à vontade da comunidade. Agora, é necessário continuarmos sempre refletindo e debatendo o fortalecimento da nossa autonomia financeira. Precisamos lembrar que quando aprovamos foi a proposta possível, mediante um contexto do Estado, e a cada ciclo ficou firmado o compromisso de irmos buscando a autonomia necessária para dar conta de toda nossa força de trabalho.

Durante a campanha pela reeleição, a senhora e o vice-reitor Chico Dantas lançaram uma plataforma para receber ideias e propostas da comunidade acadêmica para a segunda gestão. Quais propostas podem ser destacadas e que a senhora colocará em prática?
Recebemos muitas propostas, o que mostra que a comunidade atendeu ao nosso chamado e, mais que isso, confia no nosso trabalho. Entre as muitas, destacam-se questões como infraestrutura predial e tecnológica, em que precisamos ainda dotar a nossa Uern de espaços para a realização de todas as nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão, com destaque aos laboratórios e aquisição e manutenção de equipamentos; a valorização permanente dos servidores, sendo fundamental continuar a pactuação no que diz respeito às garantias necessárias de remunerações e ações de qualidade de vida; e o fortalecimento da assistência estudantil no que diz respeito às oportunidades oriundas do ensino, pesquisa, extensão e inovação.
Quais são as propostas, ou ideias, que a comunidade acadêmica sugeriu e a sua segunda gestão vai abraçar?
Foram muitas ideias importantes que recebemos, por exemplo, a criação de espaços de discussão para estudos sobre Inteligência Artificial (IA) aplicada à gestão, à pesquisa e ao ensino; criação do Programa UERN Observatório Social do Terceiro Setor, para fortalecer as organizações e ampliar seu impacto na sociedade; realização de estudo de viabilidade para a implantação da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas, Diversidade e Inclusão; instituir a Política Materna e Parental garantindo apoio a estudantes e servidoras(es) mães, pais e responsáveis legais, no desenvolvimento de suas atividades na universidade; implantar a Escola de Formação em Inclusão; instituir a Política de Incentivo ao Protagonismo das Mulheres na Ciência; entre tantas outras sugestões da comunidade que estão presentes em nosso plano de gestão.

Na primeira gestão houve um avanço em investimentos. Alguns destaques como a obra de reconstrução do Clube Aceu, que era um sonho antigo. Como foi possível investir diante de um quadro financeiro não muito favorável?
Nesta primeira gestão, construímos juntos o exercício diário da autonomia financeira e sua aplicação. Tivemos a certeza que a luta pela autonomia foi extremamente acertada. Com a garantia efetiva de termos os recursos próprios da universidade, contando com o compromisso fundamental da governadora Fátima Bezerra e sua equipe, a Uern passou a poder planejar o seu ano de trabalho, tendo as condições de executar os recursos necessários para aquisição de equipamentos, investimento em obras e reformas estruturais importantes, assim como não recuar na garantia de recursos para a assistência e permanência estudantil, com o pagamento regular de todas as nossas contas. É claro que, para isso, contamos com uma equipe, no planejamento e finanças, muito zelosa e criteriosa, entendendo que os recursos que chegam à universidade estão diretamente relacionados à situação financeira do estado e do País. Mas com seriedade e muita competência de nossa equipe, vivenciamos um período extremamente positivo para a nossa universidade. E acreditamos que, nos próximos quatros anos, manteremos isso e buscaremos melhorar onde for possível.
Como Cicília Maia vê a Uern daqui a quatro anos? Essa pergunta foi feita quando a senhora estava assumindo a primeira gestão há quatro anos. Vamos repetir a pergunta agora: como a senhora vê a Uern daqui a quatro anos?
Vejo a Uern cada vez mais presente na sociedade, cumprindo sua missão primeira na formação e também nas entregas por meio das ações de extensão, pesquisa, inovação e cultura, propiciando qualidade de vida à população. Uma universidade fortalecida por meio de indicadores de qualidade como temos crescido ano a ano. E não posso deixar de destacar uma universidade do povo para o povo. Nestes quatro anos, a Uern esteve presente nas principais pautas nacionais da educação, ocupando espaços importantes como a presidência da Abruem, assentos em fóruns de ensino, pesquisa e extensão, e apresentando experiências exitosas da universidade – como a própria autonomia financeira – para diversas instituições de ensino superior do País. Então, acredito que, hoje, temos uma Uern totalmente sintonizada com o cenário nacional das instituições de ensino superior, tendo seus cursos de graduação e pós-graduação muito bem avaliados e reconhecidos, e seus estudantes e servidores muito valorizados. Isso nos deixa muito feliz e prontos para renovar o trabalho pelos próximos quatro anos.