O Governo Federal começa a distribuição de cestas básicas para famílias afetadas pela seca, no Rio Grande do Norte, a partir desta segunda-feira, 8. A ação articulada pelo Governo do Estado, a partir das demandas dos gestores municipais, prevê a distribuição em cota única de 30.815 unidades de cestas de alimentos e integra uma série de medidas de convivência com a seca.
As cestas básicas de alimentos chegam ao Rio Grande do Norte enviadas por meio da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Familiar e Combate à Fome (MDS). A Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas) e a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil atuam na articulação com o Governo Federal e municípios para atender famílias afetadas pelo desastre de seca.

Ao todo, 75 municípios solicitaram acesso aos alimentos. Desse total, 42 municípios estão sendo atendidos a partir da próxima segunda-feira, e os demais 33 aguardam definição por parte da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, seja por necessidade de reconhecimento e publicação da situação de emergência decretada pelo gestor municipal, ou porque precisa se enquadrar totalmente aos critérios para acesso ao benefício.
Os primeiros 42 municípios receberão 16.485 cestas. Luís Gomes e José da Penha, ambos na região do Alto Oeste potiguar são os primeiros a receber os alimentos nesta segunda-feira e, na terça-feira (11), segue para Florânia e Jardim do Seridó. Os alimentos saem de Brasília e seguem direto para os municípios e a distribuição fica a cargo da gestão municipal.
O coordenador da Defesa Civil do Estado do Rio Grande do Norte, o tenente-coronel BM Alexandre Fonsêca, afirma que coube à Coordenadoria a consolidação das informações fornecidas pelos municípios e posterior encaminhamento ao MDS através da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. “Esta é uma ação emergencial com atuação e acompanhamento também da nossa Secretaria Estadual de Assistência Social, e que integra um conjunto de investimentos e ações de governo para curto, médio e longo prazos no contexto de convivência com a seca”.
Fonseca ressaltou que a distribuição dos alimentos é uma ação emergencial, mas que os governo estadual há alguns anos promove investimentos em parceria com o governo federal para reduzir os efeitos da seca no Estado do Rio Grande do Norte, e iniciados alguns anos antes da estiagem registrada no ano de 2025. Quase R$ 1,3 bilhão em obras e infraestrutura na área de recursos hídricos, como adutoras, barragens, recuperação de açudes, perfuração e instalação de poços e construção de cisternas.
Investimentos em todas as regiões do Estado que, para a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), trazem segurança hídrica. As ações estão em curso também para reduzir os impactos às atividades econômicas e agricultura familiar.
O coordenador de Segurança Alimentar e Nutricional da Sethas, Rommel Rodrigues, ressalta a importância que a atual gestão estadual vem desenvolvendo em ações perenes de segurança alimentar que abrangem todo o Rio Grande do Norte.
O coordenador cita como exemplos, o Programa Leite Potiguar (PLP) que beneficia 76 mil famílias e o Programa Restaurante Popular (PRP), com 44 mil refeições diárias para a população mais vulnerável. O investimento anual nos dois programas é de R$ 144 milhões oriundos do Tesouro Estadual.
Todos os 75 municípios afetados pelo desastre climatológico da estiagem são abrangidos pelo PLP com cinco litros de leite semanal para cada família e parte deles possui unidades de Restaurante Popular.
“Dessa forma o Governo do Estado se soma a ação federal emergencial em resposta humanitária à necessidade de assegurar o acesso imediato a uma alimentação saudável e adequada”, finaliza Rommel Rodrigues.
PNAD
O Rio Grande do Norte é o primeiro estado na região Nordeste em segurança alimentar, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínuas (PNAD) divulgada dia 10 de outubro de 2025, pelo IBGE, com dados de 2024 comparativos da 2023.
No ano passado a PNAD Contínua apontou que o RN era o primeiro da região neste quesito.
De acordo com o resultado do IBGE, no Rio Grande do Norte havia 70,6% dos domicílios potiguares em situação de segurança alimentar.
Também a insegurança alimentar no Estado baixou de 33,7% em 2023 para 29,4% totalizando 371 mil domicílios potiguares nessa situação em 2024.
Fotos: Divulgação Sethas