O prefeito de Mossoró e pré-candidato a governadorassumiu compromisso com o deputado estadual Kleber Rodrigues (de saída do PSDB para o MDB) para a presidência da Assembleia Legislativa.O acordo tem o aval da federação formada pelo União Brasil e PP
Da Redação do Jornal de Fato
O prefeito de Mossoró e pré-candidato a governador Allyson Bezerra (União Brasil) assumiu compromisso com o deputado estadual Kleber Rodrigues (de saída do PSDB para o MDB) para a presidência da Assembleia Legislativa. Acordo entre Allyson e Kleber tem o apoio dos líderes da federação União Progressista e aval do PSD, da senadora Zenaide Maia, aliada de primeira hora do projeto eleitoral do chefe do Executivo mossoroense.
Em contrapartida, Kleber Rodrigues assumiu a missão de atrair o vice-governador Walter Alves, presidente estadual do MDB, para o projeto eleitoral de Allyson. A proposta apresentada a Walter reserva a vaga de vice-governador para o MDB e o apoio para ele, Walter, eleger-se deputado estadual, a partir da construção de uma nominata forte.
A sugestão dada a Walter Alves é que ele indicaria o deputado estadual Hermano Morais, hoje no PV, para vice de Allyson Bezerra e, por consequência, herdaria a base eleitoral de Hermano. O argumento é que a forte base política do MDB, formada por 42 prefeitos e mais de 300 vereadores, já tem compromisso para deputado estadual, o que dificultaria a Walter construir uma estrutura capaz de lhe garantir a eleição em 2026.
Coube ao deputado federal João Maia, presidente estadual do PP, trazer a público a negociação com Walter Alves. No domingo, 21, em entrevista ao repórter Rosivan Amaral, de Caicó, Maia disse que o grupo estava disposto a “ajudar” a eleger Walter deputado estadual, recebendo de contrapartida o apoio do vice-governador a Allyson Bezerra. Maia foi além ao afirmar que o “combinado” é o MDB indicar o vice de Allyson.
“Não dá pra brincar de esconder isso. Nós vamos trabalhar nessa direção e realmente ter o apoio de Walter para Allyson”, disse João Maia, revelando as conversas de bastidores entre o vice-governador e o pré-candidato a governador do União Brasil.
Reação
A fala de João Maia não foi bem recebida por Walter, nem pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (de saída do PSDB para o MDB), que está junto com Walter para 2026. É que o MDB não prioriza a vaga de vice-governador em chapa, mas, sim, a escolha do próprio Walter para presidência da Assembleia, cargo que foi negociado por Allyson Bezerra com Kleber Rodrigues.
A exposição de público de uma negociação de bastidores, como fez João Maia, foi vista por Walter e Ezequiel como uma imposição do grupo de Allyson Bezerra para tomada de decisão logo. Todos sabem que Walter também negocia com o governo para assumir a titularidade em abril e permitir que a governadora Fátima Bezerra (PT) se desincompatibilize do cargo para ser candidata ao Senado nas próximas eleições. Nos bastidores, a informação é que se o presidente Lula (PT) assegurar transferências de recursos federais para equilibrar as contas do estado, Walter ficará no governo.
João Maia expôs os bastidores das negociações, deixou claro que Walter Alves negocia com Allyson Bezerra e movimentou o processo sucessório estadual. Walter, por sua vez, respondeu a João Maia com silêncio.
Walter: “Vamos ouvir o nosso partido no sentido de assumir o governo ou não”
O vice-governador Walter Alves não descarta nenhuma possibilidade para as eleições 2026. De público, ele tem sido comedido com as palavras, não crava se aceitará assumir o governo, nem comenta sobre apoiar o pré-candidato a governador Allyson Bezerra (União Brasil).
“Nós vamos ouvir o nosso partido no sentido de assumir o governo ou não. Não assumindo, eu serei candidato a deputado estadual, para que a gente possa formar uma grande nominata na Assembleia Legislativa”, declarou o vice-governador em entrevista a uma rádio de Assú.
Perguntado sobre uma possível aproximação com Allyson Bezerra, o vice-governador desconversou, mas também não descartou apoiar a pré-candidatura do prefeito de Mossoró em 2026.
“Nós vamos conversar, primeiro ouvir o nosso partido, para tomarmos a decisão. Escutar o partido, qual é o sentimento que o partido quer, quem o partido deseja que o MDB apoie para governador do estado a partir do próximo ano”, declarou.