A prefeita de Pau dos Ferros, Marianna Almeida (PSD), primeira mulher eleita como prefeita do município, vem se destacando na gestão municipal e ganhando espaço no cenário político do Rio Grande do Norte. Em entrevista ao Oeste em Pauta, a prefeita confirmou que será candidata à reeleição no próximo ano. Eleita como vice-presidente das duas maiores entidades representativas dos municípios potiguares, no caso a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FERMURN), que tem como novo presidente o prefeito de Lagoa Nova, Luciano Santos(MDB), ela foi escolhida para compor chapa de consenso, como representante dos gestores e gestoras municipais da região de Mossoró e Alto Oeste. Ela também foi eleita como primeira vice-presidente da Associação dos Municípios do Oeste Potiguar – AMOP, que tem como presidente o prefeito de Patu, Rivelino Câmara.
Ela falou sobre a batalhas que as entidades estão enfrentando com apoio da Confederação Nacional dos Municípios(CNM), para impedir a redução do repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Veja agora como Marianna Almeida ingresso na vida pública quais os seus desafios como prefeita de uma das cidades mais importantes do interior do estado, e suas perspectiva em relação ao futuro.
Como a senhora iniciou sua carreira na vida pública. A eleição para prefeita de Pau dos Ferros, foi sua primeira disputa?
Iniciei minha trajetória sendo candidata a vereadora, no ano de 2012, mas não logrei êxito. Em 2020, depois de já ter atuado em alguns órgãos do Estado e dos Poderes Executivo e Legislativo, tive a oportunidade de ser candidata a prefeita, pelo grupo de oposição, na cidade que amo, e graças a Deus e ao povo de Pau dos Ferros, me tornei a primeira mulher eleita prefeita do nosso município.
O que significa ser eleita a primeira prefeita da cidade de Pau dos Ferros, uma das principais cidades do interior do RN?
Significa representatividade, poder comprovar a uma sociedade preconceituosa e machista que qualquer pessoa pode alcançar os seus sonhos e estar em um espaço de poder. Nós, mulheres, somos a maioria, e infelizmente ainda ocupamos poucos espaços na política brasileira. Fico muito feliz em mudar os rumos dessa história, e poder realizar uma gestão ao lado do povo, sendo reconhecida pela minha capacidade de liderar e de conduzir as políticas públicas que oportunize melhores condições de vida para o nosso povo.
O que a senhora destaca nos seus dois primeiros anos de gestão e o que se pode esperar para este ano de 2023?
Nossa gestão tem buscado enxergar os problemas sistêmicos do nosso município, e que sempre foram engavetados pelos gestores, e tentado dar um novo rumo. Aprovamos o plano diretor, um código tributário que finalmente trouxe justiça fiscal, e estamos investindo pesado na melhoria dos serviços básicos, sobretudo saúde, educação e assistência social. Forramos e climatizamos todas as escolas, promovendo pequenas reformas em todas elas. Concedemos as progressões horizontais e verticais e garantimos o pagamento do piso salarial do magistério, abrimos escola com tempo integral e berçário, dentre outras melhorias significativas na educação municipal. Na saúde, aumentamos o número de equipes de saúde da família de 12 para 15, conquistamos uma equipe de EMAD, abrimos um polo de academia da saúde, um centro de especialidades médicas, demos início aos trabalhos da Unidade Móvel de Saúde Animal, promovemos a reterritorialização dos agentes comunitários de saúde, dando cobertura completa aos territórios do nosso município, e enfim, são inúmeras as conquistas na área da saúde. Para 2023, pretendemos promover reestruturações nas estruturas das unidades básicas de saúde, avançar em novas práticas ambientais, com a elaboração de uma legislação atualizada e moderna, o lançamento de editais de fomento aos agentes culturais e aos desportistas, calçamento de mais de 30 ruas, dentre tantas outras obras que se tornarão concretas e trarão desenvolvimento para o nosso município.
Além do reconhecimento em Pau dos Ferros, seu nome vem ganhando projeção no cenário regional. A eu a senhora atribui esse reconhecimento?
Atribuo, em especial, ao caráter de cidade polo do nosso município, e a visibilidade que a nossa gestão tem ganhado em nível regional. É fruto do reconhecimento do povo ao nosso trabalho.
A senhora foi escolhida nos últimos dias como vice-presidente de duas importantes entidades representativas dos municípios do RN. O que isso significa para sua carreira política e o quais as propostas dessas entidades para o fortalecimento dos municípios?
A FEMURN e a AMOP são entidades representativas dos municípios, que torna muito mais forte todos os nossos pleitos nas esferas estadual e federal. Estar inserida nestes espaços, como vice-presidente, abre portas para que eu possa ter acesso a políticos, secretarias, ministérios e demais órgãos, lutando para que conquistemos os pleitos da nossa região, e também para defender as prerrogativas dos prefeitos, na concretização dos nossos anseios.
No RN 27 municípios podem perder arrecadação do FPM em consequência da redução do contingente populacional. O que essas entidades pretendem fazer para reparar essas perdas?
A FEMURN tem se somado à Confederação Nacional dos Municípios na tentativa de rediscutir a distribuição dos coeficientes de repasse do FPM, e tem dialogado com os prefeitos para dar todo suporte jurídico na tentativa de minimizar os impactos imediatos dos números preliminares do censo.
A senhora acredita que essa decisão de mudar o coeficiente do FPM, eu atinge inclusive Pau dos Ferros possa ser revertida?
Acredito e preciso que seja revertida, porque essa decisão compromete a efetividade das políticas públicas em nosso município. Por isso, toda a nossa equipe tem buscado identificar famílias que não foram recenseadas, ligando para o 137, e agendando a entrevista, visando reverter o nosso quadro.
Estando como prefeita de primeiro mandato a senhora pode concorrer a reeleição. A senhora será candidata a reeleição em 2024?
Pretendo sim, ser candidata à reeleição, porque acredito que o nosso projeto de mudança para Pau dos Ferros não consegue se efetivar, na prática, em um curto espaço de tempo. Precisamos de mais 4 anos para buscar minimizar os principais gargalos do nosso município, deixando um legado relevante para a nossa população. Acredito que aos poucos as pessoas compreenderão ainda mais os nossos objetivos e a nossa forma de governar, com diálogo e sempre visando primar pelos interesses da coletividade, e assim, pretendo estar apta, com altivez e coragem, para ir às ruas buscando a recondução do nosso mandato, se Deus quiser!
Fabiano Sousa – Jornalista