Oeste em pauta
A praça Vigário Antonio Joaquim no centro de Mossoró tormou-se reduto de pessoas em situação de rua
Por Fabiano Souza
Outro dia lendo um relato de Ivanaldo Fernandes sobre sua experiência com as pessoas em situação de rua que vagam pelas ruas do centro de São Paulo, como se fossem zumbis, comentei que aqui no “País de Mossoró”, temos também um cenário semelhante, das as suas proporções. com a ocupação da praça Vigário Antônio Joaquim, centro de Mossoró, por pessoas em situação de rua. Não existe números precisos, mas cerca de pelo menos 200 pessoas perambulam como zumbis pelo centro da cidade e se reúnem diariamente na praça.
O local que tem em seu entorno monumentos e sede de instituições que representam os pilares da sociedade. Como o centro do poder econômico (Banco do Brasil), a força da fé e religiosidade (Catedral de Santa Luzia) e o poder politico constituído (sede da Câmara Municipal), acabou se transformando uma “Cracolândia Mossoroense”, ou na “Ilha dos Excluídos”. Sem exageros o local antes utilizado por apenas alguns flanelinhas, que se embriagavam ou exageravam no “beck” para dormir, hoje tornou-se o habitat natural dessas pessoas excluídas da sociedade, pelos mais diversos motivos.
A Vigário Antônio Joaquim passou a ser ocupando dioturnamente. Usada não apenas para o descanso, mas também para o uso de drogas ilícitas(crak e maconha) e licitas(bebidas alcóolicas) e também para necessidades e higiene pessoal.
A cada dia tem aumentando o número de pessoas no local. Os flanelinhas que ali permaneciam apenas durante o dia oferecendo serviço de pastorador de veículos cederam espaços para os ocupantes fixos do local. Na praça existem colchonetes, colchões, mochilas de roupas, objetos pessoais e varal de roupas lavadas. Existe também os animais domésticos como, cães e gatos que acompanham algumas dessas pessoas.
Até agora não conseguimos observar nenhuma ação efetiva por parte do poder público municipal, no sentido de promover a reintegração dessas pessoas, ou buscar uma alternativa diferente para a situação.
O reizinho do País de Mossoró, assim como seus protegidos súditos, ignoram a situação, que também tem sido desprezada pelos paladinos da justiça e da igualdade social, que não escrevem uma linha sobre essa desgraça humana.
O que se tem visto no local são ações isoladas de entidades sociais ou grupos de pessoas que se unem para promover ações sociais de apoio aos moradores em situação de rua.
Geralmente são oferecidas refeições, roupas, calçados e material de higiene pessoa, que minimiza a situação de abandono dessas pessoas.