César Santos/ Defato.com
O prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) não pode continuar escondendo as contas públicas do município de Mossoró. É um direito do cidadão, do contribuinte (dono do dinheiro), e um dever do gestor. A transparência na administração pública está na cartilha da boa conduta, da probidade e da lei.
Negar a prestação de contas alimenta a desconfiança e a inevitável pergunta: está escondendo por quê?
O cidadão quer saber o que foi feito ou o que está sendo feito com os quase 200 milhões de reais do Finisa e das emendas parlamentares do ex-deputado Beto Rosado (PP), que o prefeito Allyson recebeu nos cofres públicos no primeiro dia de sua gestão em 1º de janeiro de 2021.
A cobrança é consequência dos projetos inseridos do Finisa que não foram executados até agora e de outros que estão com as obras inacabadas.
Na lista dos projetos não executados estão o Hospital Municipal Psiquiátrico, Arena Cultural, segundo Portal do Saber, pavimentação de toda a extensão da Avenida Alberto Maranhão (a segunda maior da cidade), reforma e ampliação da Praça Dom João Costa e do Centro de Atenção à Pessoa com Deficiência Visual.
Na lista das obras inacabadas estão as reformas e ampliação Praça do Basquete do Santa Delmira, antiga Cobal, Mercado do Vuco-Vuco, PAM do Bom Jardim.
Além da desconfiança sobre o destino dos recursos do Finisa, a população também quer saber o paradeiro dos 15 milhões de reais depositados pelo Ministro de Saúde no Fundo Municipal de Saúde, em 2022, para serem aplicados da seguinte forma:
– Construção de uma Policlínica no Grande Alto de São Manoel;
– Construção de quatro unidades do Centro de Atenção Psicossocial (CAPSs), que hoje funcionam em prédios alugados;
– Construção de duas unidades de acolhimento (uma adulto e uma infantojuvenil);
– Aquisição de duas ambulâncias ALFA para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU);
– Aquisição de equipamentos para o setor de atenção especializada.
A desconfiança torna-se ainda maior porque o prefeito Allyson acabou de contratar novo empréstimo junto à Caixa Econômica Federal (CEF) no valor 200 milhões de reais, sob a justificativa de executar o programa Mossoró Realiza. Só que na primeira lista de obras estão inseridas nas ações que já haviam sido contempladas pelos recursos do Finisa e de emendas parlamentares. É o caso, por exemplo, da construção de cinco Unidades Básicas de Saúde, colocada na conta do novo empréstimo da Caixa, mas que está prevista na emenda federal da senadora Zenaide Maia (PSD).
Esse cenário é obscuro, suspeito, perigoso. Como a numerosa bancada governista não deixa a oposição fiscalizar na Câmara, quem sabe o Ministério Público não se sentirá provocado para investigar o destino dos milhões de reais do Finisa e das emendas federais. Quem sabe…