A cantilena cansou. E parece não ter dado o resultado esperado. O certo é que a gestão Allyson Bezerra (Solidariedade) mudou o discurso.
Para negar o reajuste do piso salarial profissional nacional do magistério, o prefeito Allyson, a secretária da Educação, Hubeônia Alencar, e os vereadora situacionistas mais fiéis ao Palácio do Planalto difundiam à exaustão a versão- falaciosa – de que o município já paga acima do piso aos professores. A estratégia está sendo abandonada. Não rendeu o esperado. A população não “engoliu” a narrativa.
Apesar dos discursos dos vereadores da base, das falas repetitivas de Hubeônia em todas as entrevistas, e do esforço midiático e financeiro da gestão para fazer crer que o município paga além do que a lei determina, não houve sucesso na empreitada. Até publicidade em horário nobre na principal emissora de TV do país foi veiculada- paga com dinheiro público-, mas o povo não se deixou enganar. Agora, a gestão tenta uma nova enganação.
A estratégia agora é de dizer que não há, por parte do município, capacidade financeira para suportar o valor do investimento- legal- na valorização do professor.
Em entrevista à imprensa local hoje, a secretária Hubeônia Alencar repetiu, por diversas vezes, que a prefeitura não tem como pagar o reajuste. “Nossa equipe técnica mostrou que não há capacidade financeira do município para que se conceda o reajuste “, disse, várias vezes, aos órgãos de comunicação durante todo o dia de hoje a secretária Hubeônia.
O novo discurso, porém, já nasce vencido. Por algumas razões.
A primeira delas é de que o prefeito Allyson “vende ” todos os dias a versão de que Mossoró está muito bem estruturada financeiramente. Foi esse o principal argumento utilizado para convencer a Câmara Municipal a aprovar empréstimos a serem feitos pelo município na ordem de 600 milhões.
Outro aspecto a ser observado é que a lei do piso estabelece que o ente federado que alegar falta de recursos financeiros para pagar o piso basta recorrer ao Governo Federal, que fará a complementação orçamentária.
O novo discurso adotado pela gestão, portanto, a coloca numa verdadeira sinuca de bico.
Ou concede o reajuste, recorrendo ao Governo Federal, já que garante não ter condições para tal, ou se nega a pedir ajuda à União e comprova que não concede o reajuste por pura birra.