Equipamento será a sede administrativa da Unidade de Conservação e contará com espaço para pesquisa, educação ambiental e visitação pública_
O município de Martins, no Oeste Potiguar, recebeu neste sábado (12) o lançamento da pedra fundamental do Ecoposto do Monumento Natural Cavernas de Martins (MONA Martins). O novo espaço, que será a sede administrativa da Unidade de Conservação criada em 2022, vai abrigar atividades de pesquisa científica, educação ambiental e recepção de visitantes, reforçando a importância da preservação do patrimônio natural e cultural da região.
Durante a solenidade, a governadora Fátima Bezerra destacou a importância da iniciativa para a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável da região. “Estamos dando um passo importante na valorização do nosso patrimônio natural e no fortalecimento da agenda ambiental do Rio Grande do Norte. O Ecoposto do MONA Martins vai ser referência em conservação, pesquisa e educação ambiental, com geração de oportunidades para a população local”, afirmou a governadora.
O projeto do Ecoposto foi desenvolvido pelos arquitetos Cristiane Martins e Aldo Medeiros Júnior, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), e prevê a construção de um equipamento com materiais sustentáveis. A estrutura contará com auditório, sala multimídia e de exposições, dormitório, cozinha, banheiros e mirante com vista panorâmica.
A obra tem valor estimado em R$ 8,4 milhões, oriundos da compensação ambiental vinculada à implantação do complexo eólico Rio do Vento Expansão, que reúne oito parques: Ventos de Santa Lívia, São Luigi, São Leão, São Leopoldo, São Longino, São Luís, São Ludgero e São Lúcio. Neste momento, será executada a primeira etapa do processo, que inclui a elaboração dos projetos executivos, supressão vegetal e cercamento da área.
Em companhia dos prefeitos de Martins, Umarizal e Baraúna, a governadora Fátima Bezerra ressaltou o caráter social e ambiental do empreendimento. “Além da compensação ambiental, essa obra carrega uma dimensão de compensação social. Grandes projetos precisam considerar quem já vive no território — comunidades quilombolas, povos indígenas, agricultores e artesãos. Estamos falando de desenvolvimento com inclusão e justiça social”, afirmou.
O Monumento Natural Cavernas de Martins foi criado em 2022 pelo Decreto nº 31.754 e integra o grupo das Unidades de Conservação de proteção integral, conforme previsto na Lei Federal nº 9.985/2000. A categoria tem como objetivo preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande valor cênico.
Com área de 3.538,45 hectares localizada no município de Martins, o MONA está inserido no bioma da Caatinga. Até o momento, foram identificadas 92 cavidades, sendo 78 cavernas e 14 abrigos com registros fósseis, pinturas rupestres e alta diversidade biológica. Entre os atrativos da região estão a Casa de Pedra — a segunda maior caverna em mármore do país —, a Pedra do Sapo e a Pedra Rajada.
Para o diretor-presidente do Idema, Werner Farkatt, o Ecoposto marca uma nova etapa na consolidação das políticas ambientais do estado. “A criação do MONA Martins e a implantação do seu Ecoposto representam um marco para a conservação da Caatinga e do patrimônio espeleológico do Rio Grande do Norte. Além da proteção ambiental, esse espaço será um polo de produção de conhecimento e de formação de consciência ecológica”, disse.
O procurador do Estado, José Marcelo, também destacou o simbolismo do momento. “Este é um marco, um divisor de águas na política de compensação ambiental no estado. A Procuradoria acompanha essa pauta há anos e vê hoje a materialização desse esforço”, afirmou.
O Ecoposto também será sede das reuniões do Conselho Gestor da Unidade, instância consultiva criada junto com o decreto de instituição do MONA Martins. A expectativa é que o equipamento funcione como ponto de apoio a pesquisadores, estudantes, ambientalistas e visitantes.
O prefeito de Martins, Marcos César, reafirmou o compromisso da gestão municipal com o desenvolvimento sustentável. “O Ecoposto nasceu com o objetivo de ser mais do que uma base de apoio. Ele será um espaço educacional, ambiental e de acolhimento aos visitantes. É possível crescer sem destruir, desenvolver sem esquecer nossas raízes”, declarou.
Representando a empresa Casa dos Ventos, responsável pela compensação ambiental, o diretor Thiago Rezende enfatizou o alinhamento do investimento com a política de sustentabilidade da empresa. “É gratificante ver um projeto como esse se concretizando. Ele reforça o papel do Rio Grande do Norte como protagonista da transição energética sustentável no país”, pontuou.
Com a criação do MONA Martins, o Rio Grande do Norte passou a contar com 11 Unidades de Conservação estaduais. A proposta é que o novo equipamento fortaleça a articulação entre preservação ambiental, valorização do território e desenvolvimento regional.