A pandemia de Covid-19 tem causado grande impacto na saúde física e mental dos jovens brasileiros, que também revelaram maiores dificuldades para continuarem com os estudos.
De acordo a pesquisa “Juventudes e a Pandemia do Coronavírus”, feita pelo Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), mais da metade dos entrevistados está sofrendo com ansiedade no período.
O levantamento, divulgado em 14 de junho de 2021, recebeu dados de 68 mil jovens de todo o Brasil, com idade entre 15 e 29 anos. Eles responderam a um questionário remoto, com 77 perguntas, entre os meses de março e abril.
Saúde emocional dos jovens na pandemia
O estudo mostrou que, mais de um ano após o início da pandemia de coronavírus, 6 a cada 10 jovens relatam ansiedade e uso exagerado de redes sociais.
Entre os entrevistados, 51% afirmaram que sentem exaustão ou cansaço constante. Além disso, 40% dos jovens relataram episódios de insônia ou tiveram distúrbios de peso.
Segundo a pesquisa, todas essas situações são ainda mais relatadas entre mulheres. E além do gênero, a idade também influencia na percepção sobre questões de saúde: os mais velhos apontam múltiplos impactos em seu estado físico e emocional.
Outro dado preocupante presente no levantamento é que 1 a cada 10 jovens admite que um dos impactos da pandemia em suas vidas são pensamentos suicidas ou de automutilação, sendo esse número ainda maior na faixa de 15 a 17 anos.
Os pesquisadores apontam que esse número pode ser ainda maior, considerando a dificuldade que muitos jovens podem ter em se abrir ou compartilhar esse problema.
Impacto da pandemia nos estudos dos jovens
A pandemia de Covid-19 também está dificultando a vida escolar dos jovens: 43% afirmam que já pensaram em parar de estudar desde que suas rotinas foram alteradas pelo coronavírus.
A mesma pesquisa do Conjuve mostrou, em junho do ano passado, que a quantidade de estudantes que pensavam em deixar os estudos durante a primeira onda era bem menor, de 28%.
Segundo os dados, 6% dos jovens efetivamente deixaram os estudos durante a pandemia. Desses, os principais motivos foram: o financeiro (21%) e dificuldades com ensino remoto (14%).
Existe uma depressão ligada à pandemia: estudo examinou efeito dela
Depressão, estresse e ansiedade foram apenas alguns dos males causados pela pandemia de Covid-19. Os sintomas, no entanto, não estão relacionados ao vírus em si, mas sim à necessidade de isolamento e distanciamento social.
Um recente estudo realizado nos Estados Unidos descobriu que existe uma depressão diretamente ligada à pandemia e apontou as principais causas e efeitos dela. Os dados foram publicados no dia 10 de fevereiro de 2021 pelo Proceedings of the National Academy of Sciences.
Pandemia elevou taxas de depressão
De acordo com os pesquisadores, 61% dos 682 estudantes universitários que participaram do levantamento corriam o risco de depressão clínica, um valor duas vezes maior que a taxa anterior à pandemia.
Esse aumento da depressão, segundo os estudiosos, veio acompanhado por mudanças dramáticas nos hábitos de vida, como alterações no sono e na rotina de atividades físicas.
Falta de exercícios aumentou depressão na pandemia
As interrupções na atividade física surgiram como um dos principais fatores de risco para depressão durante a pandemia, de acordo com o trabalho científico.
Os resultados do levantamento mostraram que as pessoas que mantiveram seus hábitos de exercício correram um risco significativamente menor do que aquelas que experimentaram grandes declínios na atividade física durante a quarentena.
A equipe descobriu ainda que os participantes que mantinham hábitos saudáveis antes da pandemia corriam um risco maior de depressão à medida que o isolamento se estendia. Os pesquisadores, portanto, apontam o declínio da atividade física como o principal fator de risco para a diminuição da saúde mental.
Fonte: vix.com (PAULO NOBUO)