A segunda maior cidade do Rio Grande do Norte apresenta o maior percentual de domicílios entre as maiores cidades do Rio Grande do Norte. No estudo feito pelo IBGE, foram considerados obstáculos e desníveis fixos que comprometessem a circulação

Jornal de Fato
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) analisou a presença de obstáculos nas calçadas do entorno de domicílios localizados em favelas e comunidades urbanas do Rio Grande do Norte. Os dados fazem parte do estudo “Entorno de Favelas e Comunidades Urbanas”, divulgado nesta sexta-feira (5) pelo Instituto. As informações territoriais foram coletadas por agentes de pesquisa e mapeamento do órgão federal durante o Censo Demográfico 2022.
No Rio Grande do Norte, o IBGE investigou as características do entorno dos domicílios de cinco municípios onde foram identificadas favelas e comunidades urbanas: Natal, Parnamirim, Extremoz, São Gonçalo do Amarante e Mossoró. A segunda maior cidade do estado apresenta o maior percentual de domicílios entre as maiores cidades potiguares.
A situação mais grave foi identificada em Mossoró, onde 82,69% dos domicílios localizados em favelas e comunidades possuem calçadas com obstáculos. O percentual também é alto fora das favelas mossoroenses: 82,37%. No estado, 65,62% das calçadas dos domicílios em favelas tinham algum tipo obstáculo para os pedestres.
No estudo, foram considerados obstáculos e desníveis fixos que comprometessem a circulação, sobretudo para pessoas com deficiência, idosos ou pessoas com algum grau de comprometimento de locomoção a pé.
Alguns exemplos de obstáculos são vegetação, como árvores, arbustos ou galhos; equipamentos urbanos, como caixas de correio, postes de iluminação e placas de sinalização mal posicionadas; e má qualidade do pavimento, como buracos, desníveis, entradas para estacionamento irregulares ou calçadas quebradas.
FALTAM CALÇADAS
Ainda de acordo com a pesquisa, não existem calçadas ou áreas de passeio para pedestres no entorno de 26,29% dos domicílios localizados em favelas e comunidade urbanas do Rio Grande do Norte. Em comparação, esse tipo de equipamento falta em 9,82% das residências e prédios fora de favelas no estado.
A situação mais grave estava em Extremoz, onde 35,42% dos domicílios em favelas não possuíam calçadas no entorno. Extremoz também foi o único município do estado onde o percentual era maior fora das favelas, chegando a 36,42%.
Com 27,92% dos domicílios em favelas sem calçadas em seus entornos, Natal ficou em sexto lugar no ranking de capitais com menores percentuais do País. Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, foi a capital brasileira com maior percentual (93,54%).
No estudo, calçadas foram definidas como espaços de cerca de 80 cm, com ou sem pavimentação, disponíveis para circulação de pelo menos um pedestre e separados dos espaços destinados à circulação de veículos. Os espaços também precisavam estar conectados à frente de pelo menos dois lotes para garantir a circulação mínima de pedestres e serem considerados calçadas ou passeios.
Percentual de domicílios com calçadas com obstáculos em favelas e comunidades urbanas – Rio Grande do Norte:
• Mossoró – 82,69%
• São Gonçalo do Amarante – 77,21%
• Parnamirim – 73,44%
• Extremoz – 64,58%
• Natal – 62,75%
Fonte: IBGE