Márcio Alexandre/Professor e jornalista
Dois jovens, uma moça e um rapaz, empreendiam, semana passada, pelas ruas de um bairro periférico de Mossoró, uma pesquisa de cunho eleitoral. Pranchetas debaixo do braço, visitavam as casas, de forma seletiva.
Visivelmente se percebia a tendência dos escrutinadores. Residências que apresentassem qualquer indício de afeição do morador com um político fora do campo pretendido pelo contratante ficavam de fora do levantamento.
Pararam em uma que imaginavam ser “campo neutro”. Moradora em pé, do lado de dentro da área, passou a ser inquirida.
Perguntaram-lhe sobre a preferência para as eleições desse ano. A mulher respondeu. Não gostaram da resposta.
Perguntaram, agora, se votaria num determinado candidato, já instalado numa confortável Giroflex. A resposta foi negativa.
Pediram para fazer avaliação de uma certa gestão. Os comentários foram os mais desabonadores possíveis.
Os “pesquisadores” escutaram em desalento. Decidiram encerrar as perguntas. E saíram desapontados. Os que presenciaram a cena não os viram anotar nenhuma das respostas dadas pela eleitora.