O Ministério da Saúde iniciou, nesta sexta-feira (15), a implementação do teste molecular DNA-HPV no Sistema Único de Saúde (SUS). O exame inovador detecta precocemente 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV), causador do câncer do colo do útero. A nova metodologia faz parte da reestruturação do rastreio organizado da doença, com foco em diagnóstico precoce, redução de filas e tratamento mais ágil.
Compre vitaminas e suplementos
A tecnologia, totalmente desenvolvida no Brasil, será ofertada inicialmente em 12 estados e no Distrito Federal, com expectativa de alcançar 7 milhões de mulheres de 25 a 64 anos por ano até dezembro de 2026.
“Estamos aproveitando a infraestrutura criada durante a pandemia para os testes de biologia molecular. Essa estrutura agora será utilizada para o diagnóstico do HPV, permitindo reduzir o tempo de espera e iniciar o tratamento o mais rápido possível”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Exame mais sensível e eficaz
Produzido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, ligado à Fiocruz, o DNA-HPV substituirá o Papanicolau como principal exame de rastreio, que passará a ser utilizado apenas para confirmar casos positivos. Por ser mais sensível, o novo método reduz falsos negativos, evita exames desnecessários e permite intervalos de até cinco anos entre as coletas, quando o resultado for negativo — ante os três anos exigidos pelo método anterior.
“Com o Papanicolau, o exame precisa ser repetido a cada três anos. Com essa nova tecnologia, o intervalo passa a ser de cinco anos. Além disso, elimina a necessidade de nova coleta quando o resultado é inconclusivo — a mesma amostra já serve para todos os exames necessários, acelerando o encaminhamento ao tratamento”, explicou Padilha.
Compre vitaminas e suplementos
Impacto na saúde da mulher
O HPV é responsável por quase todos os casos de câncer do colo do útero, terceiro tipo mais incidente entre mulheres no Brasil, com 17 mil novos casos por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A nova abordagem deve salvar vidas, especialmente no Nordeste, onde a doença ainda é a principal causa de morte entre mulheres por câncer.
“O câncer do colo do útero ainda é o que mais mata mulheres no Nordeste. No Brasil, são 20 mortes por dia — até seis vezes mais que os casos de feminicídio em alguns estados. Com diagnóstico mais rápido e tratamento precoce, podemos salvar muitas vidas”, afirmou Padilha.
Estratégia nacional e rastreamento organizado
A implementação segue as novas Diretrizes Brasileiras de Rastreamento do Câncer do Colo do Útero, elaboradas com participação de 81 especialistas e 37 instituições de todo o país, coordenadas pelo INCA. O processo inclui a busca ativa por mulheres de 25 a 64 anos nas comunidades por meio de agentes de saúde, priorizando aquelas que nunca fizeram o exame ou estão com ele atrasado.
Compre vitaminas e suplementos
O novo modelo já começou a ser aplicado em unidades de saúde de Recife (PE), Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Pará, Rondônia, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul.
Autocoleta para populações vulneráveis
Outra inovação do programa é a autocoleta ginecológica, que será disponibilizada para mulheres em situação de vulnerabilidade ou com dificuldade de acesso aos serviços de saúde, como pessoas em situação de rua, migrantes, refugiadas, quilombolas, circenses, e LGBTQIAPN+. A amostra será colhida em casa com orientação profissional e entregue em uma UBS.
Suporte técnico e formação
Para garantir o sucesso da iniciativa, o Ministério da Saúde oferecerá kits, treinamentos e suporte diagnóstico por meio do Super Centro para Diagnóstico do Câncer, além de parcerias com o INCA e o Hospital Albert Einstein para cursos de citopatologia.
Investimentos em oncologia
Durante visita a Recife, Padilha também anunciou investimentos no Programa Agora Tem Especialistas, com destaque para a ampliação da radioterapia no Hospital Universitário Oswaldo Cruz e a entrega de um novo acelerador linear ao IMIP, orçado em R$ 10 milhões, que ampliará a oferta de atendimentos em 133% em um ano.
Compre vitaminas e suplementos
*Com Informações de Agência Gov