O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) começa a pagar a pena de mais de 27 anos de prisão numa sala de 12 metros quadrados da Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Como era esperado, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, declarou o trânsito em julgado do processo de tentativa de golpe e mandou os condenados a cumprir as penas antes do mês das celebrações natalinas, portanto, antes de entrar o ano eleitoral.
Havia uma preocupação que se o processo se arrastasse até 2026, teria uma influência direta na eleição presidencial e o Supremo Tribunal Federal temia pela segurança da disputa eleitoral.
Ok.
Porém, a prisão definitiva de Bolsonaro impactará a eleição, não da forma de causar insegurança ao pleito, mas de influenciar o cenário, inclusive, nos estados.
No Rio Grande do Norte, por exemplo, a ausência de Bolsonaro afetará a candidatura do senador Rogério Marinho (PL) ao governo estadual. Foi o impulso dos verdes-oliva que ajudou a Rogério se eleger senador em 2022.
A dúvida agora é se os bolsonaristas vão se manter fiéis ao ex-presidente preso e, por gravidade, sustentarem o palanque de Rogério.
É impossível, nesse momento, cravar o que vai acontecer no processo eleitoral, mas, certamente, o líder do bolsonarismo potiguar vai reavaliar a rota 22 antes de levar o seu nome para ser homologado candidato a governador na convenção do PL.
Temos sete meses pela frente. O tempo pode ser generoso. Ou não.
César Santos