Vereadora afirma que professores foram exoneradas do segundo vínculo, onde dão aulas excedentes, por causa de uma camisa que utilizaram em protesto contra o prefeito, ocorrido ainda no primeiro semestre do ano. A denúncia provoca o Ministério Público
CÉSAR SANTOS – JORNAL DE FATO
Os professores da rede municipal de ensino, que participaram da luta pelo cumprimento do piso salarial 2023, não concedido pelo prefeito Allyson Bezerra (União Brasil), estão sofrendo perseguição de toda a ordem. A determinação parte do Palácio da Resistência, sem dó nem piedade. A determinação é que o castigo seja cumprido para não desafiar o chefe.
A coluna havia recebido uma série de denúncias, mas coube à vereadora Marleide Cunha (PT) levá-las ao conhecimento público. Nesta terça-feira, 22, no plenário da Câmara Municipal de Mossoró, ela denunciou que servidores públicos que se posicionam contrários à gestão do prefeito Allyson Bezerra são alvos de perseguição.
Marleide afirmou que professoras foram exoneradas do segundo vínculo, onde dão aulas excedentes, por causa de uma camisa que utilizaram em protesto contra o prefeito, ocorrido ainda no primeiro semestre do ano, quando a categoria foi às ruas em defesa do piso salarial.
Na camisa, usada pelos manifestantes, estava estampado um chapéu de couro (símbolo político-eleitoral do prefeito e a frase “Destá, eu hei de ver você bater em minha porta” e a porcentagem 14,95%, que equivale ao reajuste previsto em lei, mas que não foi acatado pelo prefeito, o que culminou com uma greve na rede municipal de ensino.
Segundo a denúncia de Marleide Cunha, as professoras exoneradas davam aulas e prestavam assistência a estudantes com autismo e deficiências que estudam em escolas municipais.
“Uma verdadeira perseguição política que só veio a prejudicar os próprios estudantes que agora vão precisar se adaptar a outros professores. Ao invés de se preocupar com o aluno, persegue o professor”, afirmou a vereadora.
O perfil de perseguidor foi revelado tão logo Allyson Bezerra assumiu a Prefeitura, ainda em janeiro de 2021. Ele promoveu transferências nas Unidades Básicas de Saúde, como forma de prejudicar os servidores que não o apoiaram nas eleições 2022. Uma senhorinha com quase 30 anos de serviço público foi transferida do Abolição III para outro bairro distante, como forma de castigo.
Esses são alguns dos relatos. Coisas piores acontecem contra pessoas humildes que, temendo represálias, preferem se calar. Infelizmente.