De acordo com dados do Diário Oficial do Município do dia 6 de outubro, em uma canetada só, Allyson remanejou R$ 2.330.00,00 da Secretaria Municipal de Educação para despesas com sentenças judiciais da Secretaria Municipal de Saúde e da Administração
Por Magnos Alves / Especial
O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), continua ignorando os investimentos na educação do município. Além de não investir o mínimo exigido pela Constituição Federal, o Chefe do Executivo da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte está tirando recursos previstos no orçamento da Educação para 2025.
De acordo com dados do Diário Oficial do Município da do dia 6 de outubro, em uma canetada só, Allyson remanejou R$ 2.330.00,00 da Secretaria Municipal de Educação para despesas com sentenças judiciais da Secretaria Municipal de Saúde e da Secretaria Municipal de Administração.
A medida do prefeito vai atingir significativamente o serviço de transporte escolar, já bastante criticado. É que dos R$ 2,3 milhões retirados da Educação, R$ 1,9 milhão seriam para garantir o transporte dos estudantes. Os outros R$ 430 mil foram retirados da gestão do Ensino Fundamental – Anos Iniciais.
A presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum), Vencerlina Celina Gondim de Aquino, vê a retirada dos recursos com muita preocupação. “Um corte de quase dois milhões em um serviço essencial coloca em risco a frequência escolar de alunos que mais precisam. É uma medida prejudicial e insensível, pois atinge a base do sistema educacional; a garantia de que o aluno consiga chegar à escola.”, critica.
Celina relata que o transporte escolar está “em péssimas condições em algumas zonas rurais”. Ainda, segundo ela, os pais temem denunciar os problemas por medo de represálias.
Morador da localidade de Cordão de Sombra, na zona rural de Mossoró, Edilson Batista tem sido um cobrador constante de melhorias do transporte escolar para os estudantes da região. Uma das batalhas mais recentes foi exigir um ônibus com a capacidade adequada. “Tiraram o ônibus para mandar para outra localidade e ficaram transportando os estudantes num micro-ônibus superlotado, com estudantes acima da sua capacidade.”, afirma.
O remanejamento de recursos deixa a gestão de Allyson Bezerra ainda mais distante de aplicar o percentual mínimo de 25% das receitas em educação exigidos pela Constituição Federal.
Dados do Painel Fiscal do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE-RN), referentes ao 4° bimestre de 2025, revelam que o prefeito de Mossoró aplicou apenas 19,09% das receitas em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), o que representa um montante superior a R$ 30 milhões investidos a menos na educação dos mossoroenses.
Foto: CÉLIO DUARTE / PMM