César Santos defato.com
O que foi feito com os R$ 146 milhões do Finisa contratados pela Prefeitura de Mossoró junto à Caixa Econômica Federal?
O questionamento feito esta semana pela oposição na Câmara Municipal faz todo sentido. Os recursos públicos precisam ser aplicados de forma correta e o gestor público tem a obrigação de ser transparente na prestação de contas.
A desconfiança em Mossoró é justificada pela não aplicação dos recursos do Finisa em obras e projetos que foram aprovados no empréstimo junto à Caixa Econômica Federal (CEF) em 2020. A gestão da ex-prefeita Rosalba Ciarlini (PP) deixou mais de R$ 100 milhões em caixa para o atual prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) fazer o uso correto do dinheiro do povo.
Um dia antes de concluir o mandato, em 30 de dezembro de 2020, a então prefeita prestou contas dos recursos do Finisa, apresentou o que havia sido feito e o que estava pronto para o sucessor executar. Além dos recursos do Finisa, Allyson Bezerra recebeu em caixa mais de R$ 35 milhões de emendas parlamentares do ex-deputado Beto Rosado (PP).
Chama a atenção que os grandes projetos financiados pelo Finisa não foram executados pela gestão Allyson:
– Construção do Hospital Municipal Psiquiátrico
– Construção da Arena Cultural
– Construção da sede própria da Câmara Municipal de Mossoró.
– Ampla reforma da Praça Dom João Costa
– Construção do Centro de Apoio ao Deficiente Visual
– Reformas nas três Unidades de Pronto-Atendimento (UPA)
– Reforma e Restauração do Museu Lauro da Escóssia
– Restauração da Biblioteca Municipal Ney Pontes
– Restauração do Centro de Convivência Arte da Terra
– Reforma e restauração do prédio da antiga Cobal
– Recuperação asfáltica de toda a Avenida Alberto Maranhão (a segunda maior da cidade)
Além dessas importantes obras, nenhuma realizada pela gestão Allyson, outras inseridas no Finisa foram iniciadas e não concluída até agora, com destaques mais do que negativo para a construção da Praça do Basquete no conjunto Santa Delmira, que está parada desde 2021; e a reforma e ampliação do PAM do Bom Jardim, que se arrasta de forma absurda e danosa à saúde das pessoas. Aliás, por não ter sido concluído, o PAM não pode receber o tomógrafo de última geração, enviado pelo Governo Federal, e que está encaixando há um ano.
Pois bem.
A cobrança foi feita pela bancada de oposição. Por gravidade, o Ministério Público Estadual e Federal foram provocados. São recursos públicos que estão em jogo. A gestão Allyson Bezerra tem a obrigação de prestar contas, de informar o que foi feito com o dinheiro do Hospital Psiquiátrico, da Arena Cultural, da Praça Dom João Costa, das reformas da Biblioteca Municipal e do Museu Municipal e tantos outros projetos relevantes bancados pelo Finisa, mas que viraram fantasmas em Mossoró.