Governadora Fátima Bezerra falou sobre o tema no painel “Igualdade e Crescimento Regional como fatores de paz e desenvolvimento”, no 22° Fórum Empresarial Lide, para o qual foi convidada
“O Nordeste e o Brasil podem se tornar protagonistas dessa agenda mundial, irreversível e imperativa, que é a chamada mudança climática”, afirma a governadora Fátima Bezerra durante sua participação no 22° Fórum Empresarial Lide, no Rio de Janeiro (RJ), nesta sexta-feira (30). A chefe do executivo estadual se referia ao potencial que a região tem para o campo das energias renováveis. No que diz respeito à energia eólica, o Rio Grande do Norte é líder no Brasil e na América Latina há quase uma década.
O evento ocorreu no Hotel
O evento ocorreu no Hotel Fairmont, de 28 a 30 de junho, no Rio de Janeiro, e é reconhecido como o mais importante encontro empresarial do Brasil. Durante sua apresentação, para a qual foi convidada a participar do painel “Igualdade e Crescimento Regional como fatores de paz e desenvolvimento”, a governadora lembrou que o Brasil ocupa uma posição de destaque, de líder de produção de energia renovável, e o Nordeste está no centro desse debate. “De 939 parques eólicos hoje existentes, 829 estão na região Nordeste, dos quais 249 estão no Rio Grande do Norte”, explica. “É uma agenda onde o Brasil pode se reposicionar para não ser apenas um exportador de commodities, e sim vender energia para o mundo, porque nós temos um protagonismo imenso”, diz a governadora, destacando que a transição energética deve ser justa, com políticas públicas comprometidas com a inclusão e com a justiça social, e que para tanto elas têm que levar em conta a dimensão de classe, de gênero, de etnia e de raça.
O Rio Grande do Norte, junto com os outros estados do Nordeste, tem projetos contratados na ordem de mais de R$150 bilhões, só no Rio Grande do Norte são mais de R$30 bilhões, para continuar expandindo, não só no que diz respeito à energia eólica, mas também na energia solar e na biomassa, sem perder de vista a offshore e o hidrogênio verde.
Fátima Bezerra aproveitou a oportunidade para ressaltar que nos momentos de escassez elétrica no Sul e no Sudeste, quem está suprindo essa escassez é o Nordeste. Por isso, o governo do estado está em tratativas com o governo federal para a realização de novos leilões para expansão das linhas de transmissão, que há cinco anos não são realizados. “Se a expansão das linhas de transmissão for efetuada, o Rio Grande do Norte pode chegar a gerar 13,8 GW, em 2027”. E destacou a retomada do Brasil, no que diz respeito à defesa do meio ambiente.
“Nesse sentido desenvolvemos no Rio Grande do Norte o projeto chamado Porto Indústria Verde, que seria o primeiro porto no Brasil voltado originalmente para a indústria offshore combinada com hidrogênio verde e seus derivados. Mas esse não é um projeto apenas do Rio Grande do Norte e do Nordeste, é um projeto de país, olhando para essa agenda mundial que é a questão da transição energética”, diz a chefe do executivo estadual.
A governadora também mencionou as potencialidades do estado potiguar para o turismo, em particular. “No Rio Grande do Norte temos dois dos mais belos destinos turísticos para o país, que são Pipa e São Miguel do Gostoso”, e, entre outros, para o petróleo, o gás, a fruticultura, a produção de camarão, a mineração, e o sal – somos o maior exportador de sal do Brasil. E também não esqueceu de ressaltar a importância da reforma tributária, que é um tema atual no cenário brasileiro, para a melhoria do ambiente econômico do país: “Não é particularmente a que eu gostaria, mas já vai ser um importante passo para começar a diminuir o conceito da regressividade na questão do imposto”.
Estiveram na apresentação do painel junto com a governadora Fátima Bezerra o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro; o governador do Amazonas, Wilson Lima; o Chairman do LIDE, Luiz Furlan; Célia Parnes, presidente do LIDE Responsabilidade Social; Carlos Marques, presidente do LIDE Conteúdo; Ivan Lima, presidente do LIDE Equidade Racial; e Preto Zezé, Fundador e Presidente da Central Única das Favelas (CUFA).