Ney Lopes
O mundo poderá assistir em breve um encontro histórico, cujas consequências serão o aumento de possibilidades da paz global.
O Papa Francisco recebeu ontem, 06, no Vaticano, o presidente do departamento de Relações Externas do Patriarcado Russo, António de Volokolamsk.
Segundo a imprensa internacional, Volokolamsk é considerado o número dois do Patriarca de Moscou, conhecido pela sua proximidade com Vladimir Putin e pelas posições de apoio à invasão da Ucrânia.
Esse é considerado um passo importante na aproximação da Santa Sé com os seus homólogos da Igreja Ortodoxa Russa e tentativa de “superar dificuldades e incompreensões”.
O Vaticano está empenhado na realização do encontro de Francisco com o Patriarca de Moscou, Cirilo I, que poderá ocorrer entre os dias 13 e 14 de setembro, quando Papa estará no Cazaquistão para participar no VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais.
O Patriarca é a figura mais importante da Igreja Ortodoxa e peça central da política russa nas últimas décadas.
Em relação a guerra da Ucrânia, ele é voz pública de apoio à “campanha militar” russa, pedindo a todos os fiéis que se unam no combate aos “inimigos externos e internos” de Moscou.
Outra polêmica de Cirilo I, ocorreu quando, em outubro de 2015, concedeu uma bênção à intervenção russa em defesa do presidente do líder sírio Bashar al-Assad, operação que classificou como sendo uma “guerra santa” para proteger os cristãos.
Francisco planejava se reunir com Cirilo I, desde a sua anterior visita a Jerusalém, mas cancelou a conselho dos diplomatas do Vaticano.
Se a reunião de setembro próximo acontecer, será a segunda depois que eles se encontraram em Cuba em dia 12 de fevereiro de 2016.
Este foi o primeiro encontro desse tipo entre um papa e um líder da Igreja Ortodoxa Russa, desde o Grande Cisma em 1054.
A atual guerra na Ucrânia causou um racha entre o Vaticano e a Igreja Ortodoxa Russa.
Em uma entrevista, Francisco disse que Cirilo I “não pode se tornar o coroinha de Putin“.
A Igreja Ortodoxa Russa repreendeu o papa pela observação.
Caso se concretize o encontro de Francisco com Cirilo I, o Pontífice católico terá consolidada a sua missão de estimular o diálogo como único instrumento de alcançar a Paz.
Afinal, Albert Einstein teve razão, quando afirmou que “paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos”.