O domingo, 28, no Teatro Dix-huit Rosado, em Mossoró, foi de celebração e renovação de compromissos. A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) comemorou seus 57 anos de fundação e, no mesmo ato, realizou a posse da reitora Cicília Maia e do vice-reitor Chico Dantas para o quadriênio 2025-2029, consolidando a continuidade de uma gestão marcada por avanços históricos.
O ato solene foi conduzido pelo chefe de Gabinete da Reitoria, professor Lauro Gurgel, que realizou a leitura do termo de posse. A governadora Fátima Bezerra, chanceler da Uern, assinou o documento oficial e entregou as insígnias aos gestores reeleitos, em momento de forte simbolismo político e institucional.
“Perante esta assembleia, reassumo a Reitoria para um novo quadriênio. Vamos juntos, firmes, fortes e com coragem”, afirmou Cicília Maia, emocionada diante da comunidade acadêmica, familiares e convidados.
Logo no início de seu discurso, a reitora destacou a importância da instituição ao longo de quase seis décadas: “A Uern nasceu de tantas mãos, mentes e corações. Hoje, comemora os 57 anos de pessoas valorosas que sabem a importância da educação. A Uern vive, e nós vivemos e lutamos por ela”.
Em tom de memória, ela lembrou o cenário da pandemia durante a posse anterior, em 2021: “Há quatro anos, máscaras escondiam nossos sorrisos e nos reconhecíamos pelos olhos. Foi um tempo de dor, mas a ciência nos salvou. Nem toda tempestade dura para sempre”. A reitora citou o professor Luiz Di Souza, primeira vítima da Covid-19 no RN, homenageado com emoção.
Cicília reforçou o papel da universidade como patrimônio coletivo. “Queríamos uma Uern maior e mais forte. Hoje posso dizer ao povo potiguar: deu certo. Somos patrimônio do povo deste estado e estamos convictos de que é tempo de novas conquistas”.
A reitora destacou que, pela primeira vez em quase seis décadas, houve candidatura única para os cargos de reitoria e vice-reitoria, e que ela se tornou a primeira mulher reconduzida ao posto. “Isso aumenta ainda mais a nossa responsabilidade e reafirma o compromisso com a democracia viva, construída pelo diálogo e pela confiança da comunidade acadêmica”.
Entre as principais conquistas do mandato anterior, Cicília elencou a autonomia financeira e patrimonial, sancionada em 2021. “Foi um divisor de águas. Muitas obras só foram possíveis graças a esse marco histórico. Em 57 anos, passamos 53 sem condições de tocar na infraestrutura. Hoje vemos muros sendo erguidos em Mossoró e Pau dos Ferros, a entrega da sede da Uern Natal, laboratórios revitalizados e bolsas estudantis ampliadas.”
Ela destacou também a política de permanência, com avanços significativos na assistência estudantil. “Não nos preocupamos apenas com o ingresso, mas com a permanência. O orçamento participativo e os auxílios ampliados são conquistas que garantem que nossos estudantes concluam sua formação”.
A internacionalização e a inovação também marcaram presença no discurso. Cicília citou parcerias internacionais e a atuação da Agência Uern Inova, que registrou mais de uma centena de propriedades intelectuais em pouco tempo. “Nosso maior patrimônio, entretanto, são as pessoas: estudantes, técnicos e docentes que sustentam esta Universidade”.
A reitora fez questão de destacar o apoio da governadora Fátima Bezerra, lembrando conquistas como o fim da lista tríplice e a instituição do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR). “Governadora, o seu nome ficará para sempre na história da Uern como símbolo de esperança na educação pública. Sem o apoio do governo, nada disso teria sido possível”.
Em um dos momentos mais aplaudidos, Cicília declarou: “Recuperamos nossa autoestima. Isso não cabe em relatórios, mas se reflete no orgulho de vestir as cores da Uern.” Ela também fez um chamado à participação das mulheres na gestão universitária: “Nós, mulheres, precisamos ocupar mais espaços de decisão para levarmos adiante pautas sensíveis e urgentes”.
Ao final, a reitora reafirmou a missão institucional. “A Uern só tem sentido se transformar vidas. Devemos rejeitar qualquer ameaça autoritária e estar sempre firmes na defesa da democracia. Acreditamos no poder da educação para construir uma sociedade mais justa e igualitária”.
A solenidade foi marcada ainda por homenagens. Familiares dos gestores subiram ao palco para receber aplausos, e foram entregos títulos honoríficos e a Medalha da Abolição a personalidades que contribuíram com a educação, a cultura e a sustentabilidade no estado .
Encerrando a cerimônia, a comunidade acadêmica saiu do teatro com o sentimento de continuidade e esperança. O aniversário de 57 anos da Uern ficou marcado não apenas pela memória de sua história, mas pelo início de um novo ciclo de gestão comprometido com inclusão, qualidade e transformação social.