O prefeito de Mossoró e comitiva estiveram nesta segunda-feira em audiência com a governadora, na sede do Governo do Estado, levando na capanga uma série de cobranças. Mas, no fim das contas, foi enquadrado por Fátima Bezerra em diversos momentos porque quem vai cobrar precisa primeiro fazer sua parte. Alysson Bezerra saiu do gabinete com uma fatura maior que aquela apresentada à governadora e seus secretários, que sentaram à mesa abertos a buscar o diálogo e construir uma agenda propositiva.
Com um punhado de ofícios em mãos, Alysson Bezerra quis construir agenda e surfar, mas esqueceu de fazer o dever de casa. Quando quis enquadrar o Governo do Estado sobre uma suposta dívida de ICMS, ouviu que essa questão está judicializada e que parte dessa dívida não é sequer reconhecida. A governadora sugeriu ao prefeito e seus assessores que, tendo vista haver data para uma audiência judicial, pudessem se reunir com a equipe do Governo e construir um consenso para levar à audiência. O prefeito cobrou até mesmo “faturas” já quitadas, e ouviu isso durante a agenda.
Quem vai para dizer, termina ouvindo. A governadora Fátima Bezerra cobrou mais sensibilidade do prefeito Alysson Bezerra, que deixou de fazer a cessão de um terreno onde o Governo do Estado construiria um Instituto Estadual de Educação Profissional, Tecnologia e Inovação (IERN) para beneficiar milhares de jovens no município e região, um investimento de milhões e grande impacto social. A inércia do prefeito fez o Governo comprar um terreno no mesmo bairro, e inclusive já pagou pela área.
Alysson Bezerra levou para Mossoró uma fatura maior que aquela trazida debaixo do braço para cobrar à governadora. Fátima Bezerra enquadrou, na diplomacia, e cobrou que a Prefeitura finalize a parte que lhe cabe para concluir a regularização fundiária e entrega mais de 7 mil títulos habitacionais. E ressaltou que, hoje, o Estado e essas pessoas esperam as providências que cabem ao mandatário de Mossoró.
O Governo do Estado assegurou reforço na área da segurança durante o Mossoró Cidade Junina, um pedido de Alysson Bezerra, mas condicionou às providências que cabem ao Município. Na edição de 2022, o Governo do Estado arcou com custos das diárias operacionais, alimentação e hospedagem. Para este ano, Fátima Bezerra disse que o prefeito precisa arcar com alguns custos porque agora há tempo hábil para os processos administrativos necessários.