Cinquenta e cinco dias de silêncio, uma reunião insípida e inodora e uma nova tentativa de ganhar tempo. Esse é o resumo da postura do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (Solidariedade) em relação ao cumprimento da lei 11.738, de 16 de julho de 2008. Além de descumprir a legislação, o gestor, com esse gesto, demonstra seu total desrespeito para com a categoria.
O reajuste do Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério está expressamente garantido na lei, que em seu artigo 5º estabelece: “O piso salarial profissional nacional do magistério público da educação básica será atualizado, anualmente, no mês de janeiro, a partir do ano de 2009”.
Em 20 de dezembro, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum) protocolou ofício apresentando as demandas dos professores, incluindo o reajuste do piso docente. O prefeito Allyson Bezerra não respondeu ao documento. Apesar de dizer que está aberto ao diálogo, nunca marcou uma audiência. “A última vez que fomos recebidos pela prefeitura foi em abril de 2022”, revela Eliete Vieira, ´presidente do Sindiserpum.
O silêncio do prefeito foi encarado pelos professores não só como estratégia para vencer pelo cansaço, mas como desrespeito. “Não restou aos profissionais outra alternativa senão apelar para a greve”, ressalta Eliete Vieira.
Após o movimento deflagrado, o prefeito escalou a secretária da Educação, Hubeônia Alencar, para uma audiência. Para fazer fotos e “vender a ilusão” de que está negociando com os docentes. “Não foi sequer falado sobre o reajuste do piso na reunião”, desmascara Eliete Vieira.
Mesmo sabendo que a greve tem início hoje, 23/2, Allyson agendou uma reunião para apenas 1º de março. Além de ganhar tempo, “tentará vencer pelo cansaço”. Até lá, por opção do gestor, a continuidade do ano letivo de 2023 segue em xeque. A intransigência do prefeito vai prejudicando a educação.
Portal na boca da noite