Em qualquer área da vida, toda escolha que fazemos vem acompanhada de eventuais bônus e ónus. Na política, especialmente, isso é ainda mais forte. Por que se usa um prestígio para se beneficiar de algo. E o que acontece, por exemplo, com o presidente da Câmara Municipal de Mossoró, vereador Lawrence Amorim (Solidariedade). O parlamentar fez uso essa semana de um vídeo de quase 4 minutos para anunciar, com pompa e circunstância, seu apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Justificou que Mossoró está recebendo muitos recursos, como se a população não soubesse que é obrigação do presidente repassar aos entes federados o volume que lhes cabe na divisão dos recursos públicos. São as chamadas transferências constitucionais. Lawrence fez, portanto, de uma obrigação do presidente uma grande virtude. E em nome disso ignorou a dor das famílias que foram humilhadas por Bolsonaro na pandemia. Esqueceu que o presidente ataca a imprensa diariamente. Esqueceu que o presidente é uma ameaça constante à democracia. Para ficar apenas nesses exemplos. Mas, mais pavoroso nisso tudo, é o silêncio do vereador mossoroense sobre a declaração feita pelo próprio presidente de que flertou com uma menina de 14 anos. Bolsonaro revelou que entrou na casa dessa menina. Não disse para que, embora a situação de pedofilia já tenha se caracterizado. A revelação foi feita na última sexta-feira (veja o vídeo aqui). Até agora não se ouviu uma palavra de Lawrence sobre o assunto. O silêncio pode ser uma demonstração de que o vereador aprova a fala pedófila de Bolsonaro. Sim, porque ainda não deu tempo de esquecer.
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