A Prefeitura de Macau está novamente no centro de uma polêmica envolvendo indícios de superfaturamento na contratação de atrações musicais. Desta vez para o evento Aviva Macau, um festival de cunho religioso que acontece no município. A prefeita e sua gestão têm sido questionadas por valores com contratos firmados a artistas em comparação a outras apresentações realizadas em diversas cidades vizinhas por preços significativamente menores.
Um caso emblemático é o da banda Douglas Liberdade que no final de 2024, o grupo se apresentou em Natal, ao lado do Ginásio Nélio Dias, por R$ 8 mil. No entanto, para se apresentar no Aviva Macau, a mesma banda foi contratada pela Prefeitura de Macau por R$ 25 mil, através da mesma empresa intermediária. A disparidade nos valores chama a atenção e levanta suspeitas sobre a lisura do processo de contratação.
A situação se torna ainda mais controversa pelo envolvimento da filha do ex-prefeito Flávio Veras na intermediação da contratação. Veras foi um dos principais alvos da Operação Máscara Negra, deflagrada em 2013 pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), que desarticulou um esquema de corrupção envolvendo fraudes na contratação de bandas e artistas para eventos festivos na cidade. O ex-prefeito chegou a ser condenado por irregularidades em contratos de shows, que somaram milhões de reais em prejuízo aos cofres públicos.
A volta de práticas suspeitas na gestão atual reforça a preocupação de que o esquema desmantelado pela Operação Máscara Negra pode estar sendo reeditado. Especialistas em gestão pública e combate à corrupção destacam que diferenças expressivas de valores em contratações semelhantes precisam ser analisadas com rigor pelos órgãos fiscalizadores.
