Hoje, 28, a pesquisa Quaest traz a informação que a foto dos presidentes Lula e Trump bateram o recorde de menções da famosa imagem de Lula de sunga ao lado de Janja.
As duas fotos representam momentos e narrativas distintas de um mesmo personagem político e, justamente por isso, mostram o quanto a imagem é poderosa para traduzir intenções, fases e estratégias.
De um lado, Lula de terno e gravata, ao lado de Donald Trump, transmite diplomacia, poder e institucionalidade. Do outro, Lula de roupa simples, abraçado a Janja, à beira-mar, fala de afeto, intimidade e humanidade.
São duas versões complementares do mesmo líder: o estadista e o homem comum.
Lula e Trump: a política como palco
Na imagem com Trump, tudo comunica autoridade e reposicionamento internacional.
O figurino formal, o sorriso controlado e o aperto de mão expressam equilíbrio e maturidade diplomática. Lula se apresenta como alguém capaz de dialogar com líderes de diferentes espectros ideológicos, reforçando o papel do Brasil como mediador global.
A foto fala de força e reconhecimento: é o Lula que representa o país, o que transita no cenário internacional, que ocupa espaços de poder.
A composição é calculada, fundo neutro, iluminação dirigida, gestos contidos, tudo evoca profissionalismo e liderança. É a política da imagem institucional.
Lula e Janja: a política da emoção
Já na imagem ao lado de Janja, o tom é completamente outro.
Lula aparece desarmado, natural, humano. A roupa simples, o cenário noturno, a lua ao fundo e o abraço afetuoso comunicam proximidade e vulnerabilidade, algo raro em figuras políticas.
É o Lula que fala de amor, de cotidiano, de vida real. Um líder que se mostra gente como a gente, que sente, ri, e se permite ser visto fora do palanque.
Essa imagem, mais espontânea e sensorial, desperta empatia. Representa o lado emocional da comunicação, aquele que conecta não pela razão, mas pela identificação.
Duas faces da mesma estratégia
As duas fotos, embora opostas em tom e estética, se complementam estrategicamente.
A primeira constrói o Lula presidente, respeitado, diplomático, estadista.
A segunda revela o Lula homem, sensível, acessível, apaixonado.
Essa dualidade é o que sustenta a comunicação de um líder carismático: o equilíbrio entre força e afeto, entre razão e emoção, entre imagem pública e vida pessoal.
Em tempos de redes sociais, em que a imagem precede o discurso, mostrar-se multifacetado é uma vantagem política. O mesmo personagem que dialoga com Trump pode, no dia seguinte, estar descalço na praia com a esposa e cada cena cumpre uma função comunicacional diferente.
Essas duas imagens contam, juntas, a história de um político que entende o poder da representação.
Uma mostra o homem de Estado que reconquista espaço no mundo; a outra, o homem comum que conserva o vínculo com suas origens e emoções.
Em um tempo em que a política é feita de gestos e símbolos, Lula utiliza a imagem como narrativa , ora institucional, ora afetiva para comunicar o que todo líder precisa transmitir: poder e humanidade.
Por Joyce Moura – jornalista