Possível aproximação com o presidente visa obter apoio na eleição para a vice-presidência da Casa
A bancada do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados está dividida entre fazer uma oposição branda e uma oposição ferrenha ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo apurou a CNN com integrantes da sigla. Ao mesmo tempo, há deputados federais do PL que defendem até uma aliança com o mandatário.
Parte dos integrantes do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro na Câmara é contra se aliar a Lula, tanto pelo histórico recente da sigla quanto para tentar se firmar como liderança na oposição ao petista, já que terá a maior bancada da Casa.
Uma ala é composta por bolsonaristas mais fiéis a Bolsonaro, como Bia Kicis (DF), Carla Zambelli (SP), Carlos Jordy (RJ), Filipe Barros (PR) e o próprio filho deputado federal do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (SP). Eles são originários do grupo de aliados vindos do PSL, partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu presidente em 2018.
No entanto, há quem considere ser importante compor com o governo Lula de acordo com as pautas a serem colocadas em discussão. Na prática, manter certo distanciamento, sem se opor ao petista de forma indiscriminada, e integrar o centrão na Câmara.
Isso porque, até o momento, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem se mostrado como o favorito para se reeleger ao posto em 1º de fevereiro. Principal expoente do centrão, Lira está mais próximo de Lula e deve contar com o apoio do PL e do PT para se manter no comando da Casa – os partidos brigam entre si pelo controle de cargos importantes na Mesa Diretora, como a primeira vice-presidência.
Enquanto isso, há um grupo de deputados do PL que defende ajudar o governo Lula, embora aleguem não ter conversado ainda com algum interlocutor da nova gestão sobre isso. Dessa forma, consideram, haveria uma possibilidade de serem contemplados com espaços na atual administração. Por exemplo, com postos a indicados e aliados nos estados.
A tendência interna é que a maioria desses deputados seja do Norte e do Nordeste, estados em que a esquerda costuma ser mais forte politicamente e que deram mais votos a Lula nas eleições de outubro, até por conta de arranjos regionais.