Texto de Maurício Barros, estagiário de Jornalismo
Sorrisos emocionados, gratidão e sentimento de dever cumprido. Assim foi a segunda noite de solenidades de colações de grau da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) em Mossoró, nesta quarta-feira, 12, no Teatro Dix-Huit Rosado.
Marcando o encerramento de um ciclo, os 89 concluintes dos cursos de Pedagogia, Química, Física, Educação Física, Ciências Biológicas, Ciências da Computação, além do curso de Matemática do Núcleo Avançado de Apodi, puderam receber o tão sonhado diploma em mãos.
Após anos de estudo, dedicação e superação de desafios, o momento representa a conquista de um objetivo tão almejado. Cada sorriso carregava consigo uma mistura de emoções: alegria, alívio e orgulho por terem trilhado um caminho acadêmico com êxito.
“Tenho sangrado demais/ Tenho chorado pra cachorro/ Ano passado eu morri/ Mas esse ano eu não morro”. Ao interpretar a música “Amarelo”, de Emicida – uma releitura da música “Sujeito de Sorte”, de Belchior -, a oradora das turmas concluintes, Ellen Vieira, do curso de Pedagogia, destacou os desafios trilhados na jornada acadêmica. Bastante emocionada, a jovem lembra que foram anos difíceis, mas dignos de comemoração, porque carregam esforços e sonhos.
“Foi uma honra estar discursando como oradora. Através das minhas palavras pude trazer um pouco de mim e de todos que hoje estão se formando. A gente só se forma por conta de algumas pessoas, do incentivo que elas nos dão, então a música “Amarelo” faz parte da minha trajetória e de muitas pessoas nessa noite. E essa música no final diz: “Te vejo no pódio”. Por isso eu quis transmitir isso, de subir no pódio, pegar esse diploma e comemorar nossas conquistas, porque elas são nossas. Mas, elas também são coletivas, porque muitas pessoas fizeram parte desse percurso para o sonho ser real e legível”, comentou a estudante.
Para a graduada Francilene Cristina, sua trajetória no curso de Pedagogia foi difícil. A piauiense chegou em solo potiguar em 2011 e, dois anos depois passou no vestibular da Uern, antigo PSV, na turma de 2013. Nesse período, ela engravidou, então decidiu dedicar-se à maternidade. Mas o sonho de se tornar pedagoga continuava batendo no seu peito. Após passar por um trancamento do curso, retornou à faculdade em 2020, disposta a dar continuidade ao sonho.
“A minha turma inicial se formou em 2017, mas não pude formar porque estava gestante. Nesse período, tranquei várias vezes, mas só agora, após dez anos, estou concluindo. Além do nervosismo, a emoção é bem grande, de saber que estou aqui graças a Deus e aos colegas de curso que me ajudaram”, conta. A formanda destaca que a família foi essencial. E para comemorar, ela trouxe as filhas para subirem junto com ela e receberem o diploma.
Aldesio Francisco, do curso de Ciências Biológicas, conta que os quatro anos de curso foram construtivos para sua vida pessoal e profissional. As noites e noites estudando, para o jovem, foram essenciais para concluir o curso. “São muitas batalhas, são noites e noites acordando para estudar, mas sempre que encerrava um semestre tinha aquele sentimento de gratidão e alívio, além da esperança de estar perto de concluir a graduação e finalizar a etapa de mais um sonho. Hoje está sendo emocionante, uma ansiedade a mil para pegar o diploma”, afirmou o concluinte.
A solenidade foi presidida pela professora e diretora da Faculdade de Educação (FE) Meyre Ester Barbosa. Ao discursar, ela celebrou a conquista dos concluintes. “Hoje é uma data especial para todos nós, principalmente para os graduados e seus familiares. É um dia de celebração e marco em suas vidas, simbolizando o ato de trabalho, dedicação e o compromisso tido ao longo dos anos da graduação”, frisou.
A paraninfa das turmas concluintes, professora Rafaela Catherine Medeiros, da Faculdade de Educação Física, ao proferir seu discurso agradeceu a oportunidade, destacando a jornada árdua e os desafios que os concluintes tiveram ao longo dos anos de graduação. “Vocês enfrentaram longas horas de estudos, dedicando-se à persistência e determinação para chegarem até aqui”, diz.
“Vocês são egressos da Uern, isso é motivo de muito orgulho. Tenho certeza que vocês estão prontos para o mercado de trabalho e contribuirão significativamente para as mais diversas áreas de atuação”, complementou a paraninfa.
A cerimônia também foi marcada pela entrega da Comenda de Mérito Acadêmico, concedida aos graduandos que se destacaram pelo excelente desempenho estudantil entre os aptos a colar grau. Foram agraciados os estudantes: Maria Gabriela da Silva Pereira (Pedagogia), Lavinia Emilly Morais Dantas (Educação Física/Licenciatura), Reginaldo Batista da Silva Júnior (Química) e Victor Vieira Oliveira (Ciências Biológicas/Licenciatura).
Homenagem
Durante a solenidade, a comunidade acadêmica prestou homenagem ao cinegrafista da Uern TV Zenóbio Oliveira, que faleceu nesta quarta-feira. Como forma de agradecimento pela contribuição ao audiovisual, poesia e a cultura nordestina. Foi recitado o poema “Voltando” da autoria de Zenóbio das Aguilhadas, como gostava de ser chamado: “Estou voltando, a alma sossegada/Bem mais que quando me lancei na vida/ O afã no peito na hora da partida/Torna-se a tempo remanso na chegada”.
Desde 2021, o cinegrafista compartilhava diariamente suas experiências como os estagiários da Uern TV, repassando os conhecimentos adquiridos ao longo da vida. Com o dom de contar histórias através de imagens e poemas, Zenóbio das Aguilhadas ajudou a contar a história do audiovisual potiguar com a sensibilidade nordestina e humildade de ser.
A colação de grau é um momento que vai além da formalidade acadêmica. É uma celebração das jornadas individuais, das superações pessoais e das conquistas coletivas. Por isso, a Uern reafirma seu compromisso em formar não apenas profissionais qualificados, mas indivíduos que se conectam profundamente com o conhecimento e as emoções adquiridas ao longo da jornada acadêmica.
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