Um mês após visitar o CAPS II e o CAPS Infantil, ouvir relatos comoventes de pacientes e cobrar providências urgentes à Prefeitura de Natal, a vereadora Samanda Alves (PT) voltou à tribuna da Câmara Municipal nesta quinta-feira (22) para denunciar a estagnação nas políticas de saúde mental do município. “A situação continua exatamente a mesma. Os pacientes seguem sem acesso a médico, sem medicação, sem laudos e em risco iminente de perder até benefícios do INSS”, alertou.
A parlamentar lembrou que, durante sua primeira fala, compartilhou histórias dolorosas de pacientes em crise por falta de atendimento. Desde então, embora tenha recebido a visita do secretário de Saúde, Geraldo Pinho, em seu gabinete e mantido o diálogo aberto, nada foi resolvido na prática. “É grave. Até a renovação do passe livre, que exige laudo médico, está sendo inviabilizada. E estamos falando de um serviço que já teve quatro médicos e hoje conta com apenas um.”
Samanda afirmou reconhecer a boa vontade da gestão da Saúde, mas defendeu que o prefeito assuma pessoalmente a condução da crise. “Não adianta esperar que a situação se resolva sozinha. É hora de o prefeito trazer a saúde para o seu gabinete, como trouxe o carnaval e agora o São João. Porque a banda passa, mas a dor do povo fica”, destacou.
A vereadora também rebateu críticas que recebeu após denunciar o fechamento das maternidades públicas no fim de semana do Dia das Mães. “Fiz o que cabe a qualquer parlamentar: fiscalizei, fui à porta do hospital, registrei o fechamento e postei. Isso não é fake news. Isso é verdade”, afirmou.
Por fim, Samanda renovou o apelo aos colegas parlamentares e ao Executivo municipal para que a crise na saúde mental seja tratada com a urgência e o compromisso que a população de Natal merece. “Minha oposição não é rasteira. É uma oposição comprometida com a vida e com a dignidade de quem precisa do SUS para viver”, finalizou.

