Coluna César Santos
A relação política entre Allyson Bezerra e Lawrence Amorim está na pauta do dia. As especulações apontam para um estremecimento que pode levar o prefeito e o presidente da Câmara de Mossoró para caminhos opostos à sucessão municipal 2024. Os dois negam.
De fato, há um conflito de projetos de ambos. Lawrence deseja ser o vice de Allyson nas próximas eleições; Allyson não o quer como vice. Isso implica em divórcio político? Não necessariamente, mas, também não pode ser descartado.
O que temos no momento é de simples entendimento: Lawrence trabalha para viabilizar o nome em chapa majoritária; Allyson procura dificultar a mobilidade política de Lawrence para evitá-lo como vice em 2024.
A luta pela construção do santuário de Santa Luzia é um recorte dessa “disputa”. Lawrence assumiu o projeto que pode lhe render novo patamar de popularidade. A ideia foi abraçada pela imensa comunidade católica e por tantos outros segmentos da sociedade, inclusive, considerável parcela da classe política.
A audiência pública, liderada pelo presidente da Câmara, fortaleceu o processo. Atenderam ao chamamento de Lawrence representantes da Assembleia Legislativa, da bancada federal potiguar, do Governo do Estado, das universidades, classe empresarial e, principalmente, de autoridades da Igreja Católica, com destaque para a referência que é o padre educador Sátiro Cavalcanti Dantas.
A luta pelo santuário de Santa Luzia carimba o mandato de Lawrence com selo de qualidade. Por gravidade, eleva o seu patamar no tabuleiro da sucessão municipal. Os mais açodados chegam a cogitar a possibilidade de uma candidatura a prefeito, o que não é alimentado pelo líder do Legislativo. Pelo menos, até aqui, não.
Esse movimento de Lawrence é parecido, guardadas as devidas proporções, com a luta da ex-prefeita Cláudia Regina na sucessão municipal de 2012. Ela não era o nome desejado pelo grupo político da então governadora Rosalba Ciarlini, mas se viabilizou a tal ponto que o rosalbismo teve que apoiá-la. Cláudia foi buscar nas bases a força que precisava para ser a “candidata de Rosalba”.
Pois bem.
Lawrence Amorim não deseja romper politicamente com Allyson Bezerra. Ele quer ser o candidato a vice-prefeito na chapa de Allyson. É um direito natural. Ademais, o presidente da Câmara não se oferece como um “peso”, mas, sim, como um nome que pode somar.
Allyson Bezerra também não quer romper a relação política com Lawrence. Ele deseja ter o apoio do presidente da Câmara, mas não como o seu candidato a vice. O prefeito sabe da importância de Lawrence, da força que o presidente da Câmara tem, e é exatamente isso que o incomoda.
No projeto político de Allyson, ele quer um vice de sua extrema confiança. O prefeito tem a convicção de que se renovar o mandato em 2024, será candidato a governador do RN dois anos depois, em 2026. Para isso, terá que renunciar a Prefeitura de Mossoró; é aí que ele precisa de um vice de dentro de casa para ocupar o cargo, para continuar mandando na gestão municipal.
Allyson tem um nome escolhido. Hoje, não é Lawrence. Amanhã, quem sabe…