Esta semana, o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) fez distribuir um artigo, escrito por ele, cujo conteúdo reforça a necessidade de Mossoró receber investimentos para resolver problemas crônicos, gargalos que há décadas atormentam a população em áreas vitais como saúde, educação e infraestrutura.
O arrazoado serviu como preliminar do plano de metas e investimentos batizado de “Mossoró realizada”, que o prefeito lançou na quarta-feira, 7, com superlotação no Teatro Municipal Dix-huit Rosado de autoridades, assessores, curiosos e a claque. O plano contempla investimentos em todas as áreas com proposta de preparar a cidade pro futuro. Beleza.
Agora, voltando ao artigo de Allyson, amplamente distribuído pelo conjunto midiático do prefeito, é impossível não fazer algumas observações, até para não deixar passar em branco as barbeiragens do inquilino do Palácio da Resistência. Vamos lá.
Ele diz no artigo que “a falta de um plano norteador para investimento no município não se deve apenas à falta de visão e de vontade política, mas, principalmente, à irresponsabilidade fiscal e administrativa dos que não aproveitaram os tempos de auge dos recursos dos royalties do petróleo, que irrigavam os cofres da Prefeitura.” E mais: “Não se pode esquecer que quando assumi a Prefeitura tive que enfrentar situação de calamidade financeira e administrativa.”
Menos a verdade, senhor prefeito. E fácil de detectar, com alguns pontos de conhecimento de todos:
1 – Allyson recebeu a Prefeitura com mais de R$ 100 milhões disponíveis do Finisa para obras de infraestrutura, saúde, educação, cultura e social. O financiamento teve valor total de R$ 146 milhões, contraído pela gestão anterior, devidamente chancelado e autorizado pelos órgãos de controle da coisa pública, como CGU e TCU. Logo, a Prefeitura de Mossoró estava com a saúde financeira boa, poder de endividamento comprovado, e tinha um plano para investimentos desses recursos que completava 34 projetos. Aliás, é com esses recursos que o município bancou as obras em andamento e/ou inauguradas pela atual gestão.
2 – O auge dos royalties de petróleo não é diferente do que o município arrecada atualmente da Petrobras, uma vez que houve recuperação dessa fonte de receita. Salvo alguns intervalos, nos últimos 10 anos os royalties não passaram de R$ 2 milhões/mês, valores que são superados hoje.
3 – Não é verdade que a atual gestão teve que enfrentar calamidade financeira. Não existe calamidade financeira. Desde que assumiu a Prefeitura, em janeiro de 2021, não faltou dinheiro para pagar salários dos servidores, para a manutenção da saúde pública, da educação e de outros serviços essenciais, como também não faltou dinheiro, em milhões que se diga, para bancar o Cidade Junina, Festa do Bode, entre outras importantes promoções.
Por fim, o prefeito, em seu artigo, queixa-se da “desunião política” que afeta “grandes projetos” para Mossoró. Nesse caso, ele tem razão. A desunião é nítida. Agora, ele não teve humildade de se colocar entre os desunidos. Aliás, esse é o seu perfil.
Allyson não cita que as obras inauguradas por ele foram feitas com recursos do Finisa e de emendas parlamentares do deputado federal Beto Rosado, porque são adversários políticos. Ele retardou a aquisição do Castramóvel porque os recursos foram adquiridos pela adversária deputada Isolda Dantas (PT). Esses são apenas dois (maus) exemplos de muitos outros que o prefeito comete.
De qualquer forma, o artigo circulou e o plano de metas foi lançado para “realizar os sonhos de Mossoró”.
Resta aguardar. O futuro é logo aí.
César Santos defato.com