Mas como esses financiamentos funcionam?
No Brasil, esses financiamentos são determinados pela administração direta do Governo Federal, que estabelece as operações, os países de destino das exportações, as principais condições contratuais do financiamento (como valor, prazo, equalização da taxa de juros e seguros) e os mitigadores de risco soberano do país que sedia a obra de engenharia.
Já com essas aprovações, o processo chega ao BNDES em sua parte final, onde é enquadrado e analisado.
Ao todo, 148 operações foram realizadas, com prazo médio de 11 anos e dois meses para pagamento dos financiamentos.
Quanto foi que o BNDES liberou em financiamentos para exportação de serviços a outros países?
Foram desembolsados cerca de US$ 10,5 bilhões, no período entre 1998 e 2017, para empreendimentos em 15 países, sendo que US$ 12,8 bilhões retornaram em pagamentos do valor principal da dívida e juros, até setembro de 2022.
Deste total desembolsado, 89% ocorreram em favor de apenas seis países. São eles, em ordem decrescente a saber: Angola (US$ 3,2 bilhões), Argentina (US$ 2 bilhões), Venezuela (US$ 1,5 bilhão), República Dominicana (US$ 1,2 bilhão), Equador (US$ 0,7 bilhão) e Cuba (US$ 0,65 bilhão).
Em 2003, um Conselho de Ministros do Governo Federal reduziu as taxas de juros da Argentina, Equador, Venezuela e República Dominicana.
O programa de financiamento à exportação de serviços de engenharia foi criado em 1998. 88% do total de US$ 10,5 bilhões em desembolsos ocorreram no período entre 2007 e 2015.
Houve inadimplementos nos pagamentos dos países?
Sim. Surgiram inadimplementos nos pagamentos de Venezuela (US$ 681 milhões), Moçambique (US$ 122 milhões) e Cuba (US$ 226 milhões), em um valor total de US$ 1,03 bilhão acumulado até setembro de 2022. Outros US$ 573 milhões estão por vencer desses países.
Fonte da notícia
https://aberto.bndes.gov.br/aberto/caso/exportacao/?utm_source=the%20news&utm_medium=newsletter&utm_campaign=24_01