Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), quanto da empresa contratante e da Gestão de Projetos do Governo Cidadão na hora de apresentar suas cinco ideias iniciais. A partir dessa receptividade, ela diz que começou a juntar as peças e conferir um conceito e assim nasceu a obra, que ela ainda não batizou, mas que em breve contará com uma plaquinha de créditos no local. Segundo explicou, são três figuras principais que exaltam o feminino e mais duas que compõem o total da arte escultórica, que tem em torno de 2,40 metros de comprimento, aproximadamente, 3,5 metros de altura e ocupação de 3 metros quadrados de área.
Nôra Aires aliou a engenharia agronômica, estudada na atual Ufersa, nos anos 1980, com a inquietação artística que sempre a acompanhou desde as observações da forma delicada e organizada de sua mãe dona Tilinha – uma mulher que compreendia a importância da reciclagem e do reaproveitamento de materiais muito antes de isso virar pauta ambiental – e da irmã mais velha 11 anos, que desenhava divinamente. Essa vivência doméstica ganhou contornos “revolucionários” durante a época da faculdade. Antes de se encontrar como artista visual, Nôra experimentou o teatro, sobretudo na parte de cenografia e figurino; e também na música, tendo participado de Festivais como o do Forte, em Natal, dentre outras atividades artísticas. Essa mistura inusitada fez dela uma pesquisadora do bioma caatinga e uma estudiosa de como levar elementos de sua profissão acadêmica para a criação de suas obras.
olhar por vários lados e ângulos, bem como por dentro, já que são vazadas. As cores da diversidade foram escolhidas para compor a obra do Hospital da Mulher. “Tivemos a preocupação de não interpretar o ser mulher apenas no olhar convencional. Exaltamos o feminino em todas as suas possibilidades. O útero, por exemplo, se apresenta não como um órgão interno, mas um órgão que está disposto em cima de uma estrutura”, descreve ela, acrescentando que a obra colorida tem um lúdico, mas não foi pensada para distrair e sim para atrair o olhar e os detalhes, que são vários. Indagada sobre o que ela pretendia comunicar com essa obra, Nôra que é uma profusão de ideias, intenções e criatividade, tenta sintetizar: “nesse momento que vivemos, tão delicado, com tanta desinformação, misoginia, homofobia e, ao mesmo tempo, surgindo e emergindo novas possibilidades de viver o feminino, pessoas ganhando visibilidade, eu quis com essa obra que nosso olhar se abrisse para as necessidades dos indivíduos, para mais respeito e igualdade, para todas as mulheres. Todos os seres”, resume.
Mais detalhes sobre o Hospital da Mulher
• A última medição realizada estava com 85% da obra executada.
• Será a maior unidade hospitalar pública do estado.
• Os recursos investidos na unidade especializada em saúde feminina somam R$ 134 milhões e foram viabilizados pelo Projeto Governo Cidadão a partir do empréstimo estadual com o Banco Mundial.
• A obra é fiscalizada pela Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIN) e será gerida pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesap).
• Ao todo, serão mais de 160 leitos focados na atenção materno-infantil, ginecológica e obstétrica de média e alta complexidade. A meta é de 20 mil atendimentos anuais, de pacientes de mais de 60 municípios.
• Serão 15 mil m² de área construída dividida em quatro andares com oito elevadores. O terreno, que soma 36 mil m², terá quase 200 vagas de estacionamento.